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HISTÓRIA ORAL DE IDOSOS COM COMPROMETIMENTO DA CAPACIDADE FUNCIONAL ACERCA DA RELAÇÃO FAMILIAR
Resumo
O acelerado processo de envelhecimento e os recentes aumentos na expectativa de vida, representado pelo aumento relativo da população com mais de 60 anos, têm chamado atenção para as condições de saúde durante esses anos adicionais de vida e sobre a incidência futura de morbidade, morbidade múltipla, comprometimento da capacidade funcional e mortalidade entre os idosos. Objetivou-se com este estudo descrever, a partir da história oral, a relação familiar dos idosos com comprometimento da capacidade funcional. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, com abordagem qualitativa, guiada pelo método de História Oral, que teve como colaboradores do estudo 15 idosos. Utilizou-se como técnica para coleta de dados a entrevista gravada. Os dados foram sistematizados com o apoio da Análise de Conteúdo Temática Categorial. O estudo mostra que, diante as limitações e por conta do comprometimento da capacidade funcional, os idosos passam a depender da ajuda de seus familiares, o que para eles representa um incômodo à família e desencadeia transformações na forma com que cada ente se relaciona com ele. Essa representação encontra-se permeada por categorias temáticas: Percebendo mudança na relação familiar; Sentindo-se um incômodo para a família; Sentindo-se abandonado pela família. Conclui-se, portanto, ser relevante a atuação dos profissionais de saúde no processo de identificação do comprometimento da capacidade funcional e na convivência com a dependência do idoso para sua família, percebendo, assim, a importância do acompanhamento por parte dos profissionais que atuam na Estratégia Saúde da Família. A enfermeira se destaca nesse cenário, pois integra as equipe de referência de Saúde da Família e assume, muitas vezes, as coordenações das unidades de saúde e/ou das áreas técnicas no âmbito da Atenção Primaria à Saúde. Evidencia-se que investigações acerca da temática contribuem para o desvelamento de aspectos que envolvem tal problemática, favorecendo a melhoria da relação familiar do idoso. Contribui ainda para a qualidade do cuidado, chamando atenção dos profissionais quanto às especificidades no cuidado a este grupo populacional, tanto nos serviços de saúde quanto no cenário familiar. Em consequência, favorece a redução da vulnerabilidade da população idosa a uma série de agravos e danos à saúde, uma vez que o suporte familiar adequado tem reflexo sobre as condutas e comportamentos relacionados à saúde e a qualidade de vida.
Palavras-chave
Relações familiares. Saúde do Idoso. Capacidade Funcional. Enfermagem.