Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PROJETO PLANTÃO ALEGRE: HUMANIZAÇÃO NA FORMAÇÃO ACADÊMICA POR MEIO DO CUIDADO DO PACIENTE ONCOLÓGICO PEDIÁTRICO
Marcelle Medeiros Dias, Matheus Morais Lima

Resumo


Caracterização do problema: O câncer é uma experiência traumática, sobretudo para o paciente pediátrico. Durante o tratamento, este é submetido a medicações e procedimentos invasivos que o inserem em um estado de sofrimento contínuo e marcante. Não raro, percebe-se a descaracterização da essência infantil, pois a hospitalização e a debilidade física impossibilitam o brincar e facilitam a perda vínculos sociais. Ademais, a vivência do estresse decorrente das consequências da terapia e de uma improvável cura viabiliza uma condição psicológica que contradiz a capacidade infantil para suportar tais angústias. Nesse contexto, a humanização em saúde vem sendo estratégia utilizada para promover atividades lúdicas como forma de contribuir para o desenvolvimento psicossocial dos pacientes e aliviar seu sofrimento em detrimento de sua doença. Descrição da experiência: O Plantão Alegre foi criado na Faculdade de Medicina Unichristus com objetivo de priorizar a humanização no tratamento de crianças com câncer. Os acadêmicos de medicina selecionados para o projeto (clown-doutores) realizam atividades lúdicas, como jogos, conto de estórias, pinturas, desenhos, danças, teatro e malabarismo na Unidade Oncológica do Hospital Infantil Albert Sabin e no Lar Amigos de Jesus, em Fortaleza, aos domingos, pela manhã. Nesses locais, os integrantes fantasiados interagem com os pacientes propiciando momentos de descontração que aproximam o enfermo da realidade à qual estava acostumado enquanto esquece brevemente da sua condição. Além disso, estimula-se a expressão de cada criança para entender-se as dificuldades particulares no enfrentamento da doença e contribuir para sua superação. Efeitos alcançados: Observa-se em cada vivência a transformação da rotina da criança através da figura do clown-doutor, o que melhora a relação médico-paciente e contribui para uma melhor adesão ao tratamento. Os acadêmicos humanizam o seu aprendizado através da percepção da enfermidade além do seu significado biológico, direcionando sua atenção para o processo de adoecimento próprio de cada indivíduo, o que reflete na formação de um profissional comprometido com a promoção de saúde, e não apenas no tratamento de patologias. Recomendações: A vivência de ações como esta compõe a formação de um caráter social humanista raro, que prioriza a manutenção da existência digna e foca na pessoalidade de cada indivíduo. É necessário ampliar ações similares para o contexto de cuidado em saúde rotineiro de forma global.

Palavras-chave


humanização; formação profissional e acadêmica; palhaçoterapia; clown-doutor; oncologia pediátrica