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SAÚDE E VOZ: A BUSCA PELO CUIDADO E AS PERCEPÇÕES DAS PROFESSORAS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Resumo
A mulher passa por conquistas, experiências e conflitos na busca da realização existencial. A sobrecarga de atribuições, se por um lado traz benefícios ao posicionamento social e profissional; por outro, traz prejuízos à saúde, incluindo a saúde vocal. Isso precisa ser observado pelos programas governamentais de atenção à saúde da mulher, especialmente quando se trata das profissionais da voz. As professoras configuram uma fatia significativa desse universo, sendo a maioria dos docentes da educação básica brasileira do sexo feminino. Os programas de saúde não estão preparados para essa demanda e estudos mostram a escassez de conscientização das mulheres sobre a importância de cuidar da voz. O objetivo desta pesquisa foi investigar os tipos de profissionais de saúde que as professoras visitam anualmente para cuidar da saúde. Estudo qualitativo, realizado de agosto a setembro de 2013. A amostra foi composta de 50 professoras do ensino fundamental de três escolas do Distrito VI de educação de Fortaleza, com idades entre 26 e 63 anos. Os dados foram coletados por meio de um questionário semiestruturado. As temáticas de análise foram: condições de saúde e percepções sobre a voz. Das participantes 84% referiram ir ao ginecologista anualmente, 30% ao clínico geral, 16% ao otorrinolaringologista e apenas 8% ao fonoaudiólogo. Apesar de poucas professoras terem referido visita anual ao fonoaudiólogo, 86% relataram apresentar, pelo menos três queixas vocais, as mais frequentes foram: garganta seca (78%), rouquidão (76%) e ardor na garganta (62%). Abuso vocal, indisciplina dos alunos e estresse foram os fatores de risco mais evidentes neste grupo, confirmando a relação entre a influência das emoções na qualidade vocal e a necessidade de visitas a psicólogos, referidas por apenas 8% das participantes. As professoras referiram estratégias paliativas para cuidar da voz (gargarejos e chás) e outras cientificamente validadas (hidratação, exercícios vocais, boa alimentação). Conclui-se que as professoras, apesar das queixas vocais, não buscam o fonoaudiólogo anualmente, fazendo uso de ações paliativas pouco resolutivas. Segundo os relatos, observa-se que a maioria não tem acesso a serviços de fonoaudiologia, o que reduz a busca por esse profissional; porém sente a necessidade da implantação de ações sistemáticas ligadas à saúde vocal no ambiente escolar, como uma estratégia de promoção da saúde.
Palavras-chave
Saúde; voz; mulheres