Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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SAÚDE E VOZ: A BUSCA PELO CUIDADO E AS PERCEPÇÕES DAS PROFESSORAS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Carmem Cintra de Oliveira Tavares, Christina Cesar Praça Brasil, Mírian Barroso de Albuquerque, Jarlideire Soares Freitas, Maria Alix Leite Araújo, Raimunda Magalhães da Silva

Resumo


A mulher passa por conquistas, experiências e conflitos na busca da realização existencial. A sobrecarga de atribuições, se por um lado traz benefícios ao posicionamento social e profissional; por outro, traz prejuízos à saúde, incluindo a saúde vocal. Isso precisa ser observado pelos programas governamentais de atenção à saúde da mulher, especialmente quando se trata das profissionais da voz. As professoras configuram uma fatia significativa desse universo, sendo a maioria dos docentes da educação básica brasileira do sexo feminino. Os programas de saúde não estão preparados para essa demanda e estudos mostram a escassez de conscientização das mulheres sobre a importância de cuidar da voz. O objetivo desta pesquisa foi investigar os tipos de profissionais de saúde que as professoras visitam anualmente para cuidar da saúde. Estudo qualitativo, realizado de agosto a setembro de 2013. A amostra foi composta de 50 professoras do ensino fundamental de três escolas do Distrito VI de educação de Fortaleza, com idades entre 26 e 63 anos. Os dados foram coletados por meio de um questionário semiestruturado. As temáticas de análise foram: condições de saúde e percepções sobre a voz. Das participantes 84% referiram ir ao ginecologista anualmente, 30% ao clínico geral, 16% ao otorrinolaringologista e apenas 8% ao fonoaudiólogo. Apesar de poucas professoras terem referido visita anual ao fonoaudiólogo, 86% relataram apresentar, pelo menos três queixas vocais, as mais frequentes foram: garganta seca (78%), rouquidão (76%) e ardor na garganta (62%). Abuso vocal, indisciplina dos alunos e estresse foram os fatores de risco mais evidentes neste grupo, confirmando a relação entre a influência das emoções na qualidade vocal e a necessidade de visitas a psicólogos, referidas por apenas 8% das participantes. As professoras referiram estratégias paliativas para cuidar da voz (gargarejos e chás) e outras cientificamente validadas (hidratação, exercícios vocais, boa alimentação). Conclui-se que as professoras, apesar das queixas vocais, não buscam o fonoaudiólogo anualmente, fazendo uso de ações paliativas pouco resolutivas. Segundo os relatos, observa-se que a maioria não tem acesso a serviços de fonoaudiologia, o que reduz a busca por esse profissional; porém sente a necessidade da implantação de ações sistemáticas ligadas à saúde vocal no ambiente escolar, como uma estratégia de promoção da saúde.

Palavras-chave


Saúde; voz; mulheres