Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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SAÚDE OCUPACIONAL DAS PROFESSORAS DE ENSINO FUNDAMENTAL: UM OLHAR SOBRE A RELAÇÃO ENTRE O TEMPO DE PROFISSÃO E OS MOTIVOS QUE LEVAM AO AFASTAMENTO DA SALA DE AULA
Christina Cesar Praça Brasil, Mirian Barroso de Albuquerque, Carmem Cintra de Oliveira Tavares, Jarlideire Soares Freitas, Maria Alix Leite Araújo, Raimunda Magalhães da Silva

Resumo


É nítida a necessidade das mulheres, especialmente as profissionais da voz, de serem cuidadas com relação às questões de saúde geral. Nesse contexto, as professoras constituem um grupo numeroso que faz uso intenso da voz na vida pessoal e profissional, sofre grande influência do ambiente externo sobre a sua saúde e apresenta queixas de absenteísmo ou afastamento das funções em sala de aula por motivos diversos. O objetivo deste trabalho foi analisar a relação existente entre o afastamento das funções docentes com os motivos e o tempo de exercício profissional das professoras da rede municipal de ensino da cidade de Fortaleza. O estudo foi do tipo quantitativo e longitudinal, realizado de agosto a setembro de 2013. A amostra foi composta de 50 professoras do Ensino Fundamental de três escolas do Distrito VI de educação de Fortaleza, com idades entre 26 e 63 anos. Os dados foram coletados por meio de um questionário semiestruturado, constando de dados referentes aos seguintes eixos: identificação, formação e vida profissional, condições de saúde, percepções sobre a voz e outras informações. Os dados foram analisados utilizando-se o programa SPSS-versão 20 e comparados à literatura pesquisada. Os critérios éticos para pesquisa em seres humanos foram seguidos. Detectou-se que dentre as professoras investigadas, houve uma maior prevalência de mulheres entre 41 e 50 anos (36%) e que 62% lecionavam há mais de 10 anos, propiciando o maior desgaste vocal e tendo como consequência o afastamento temporário de 27 professoras (54%) da sua função. Nesse grupo, os problemas vocais (30%) configuram as causas mais evidentes de afastamento, seguidas das causas cirúrgicas (22,2%), dos problemas psicológicos (22,2%) e ortopédicos (18,5%). Dentre as participantes, as queixas vocais mais referidas foram: garganta seca (78%), rouquidão (76%) e ardor na garganta (62%). Diante do exposto, conclui-se que o tempo de exercício profissional em sala de aula está diretamente relacionado ao aumento da frequência de alterações vocais das depoentes e que os problemas vocais destacam-se quantitativamente entre as causas de afastamento da função exercida. Nesse contexto, faz-se necessário à implementação de medidas promotoras de saúde voltadas a este público, devendo ser um ponto de reflexão para as políticas de saúde ocupacional e de saúde da mulher.

Palavras-chave


saúde; voz; mulheres