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ASPECTOS ASSISTENCIAIS DAS PESSOAS COM ÚLCERAS VENOSAS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM UMA CAPITAL DO NORDESTE BRASILEIRO
Resumo
Introdução: as úlceras venosas (UV) são formadas por um conjunto de fatores, o seu tratamento é complexo e oneroso para o sistema de saúde¹. As pessoas com úlcera venosa, quando não assistidas adequadamente, podem permanecer longo período com a lesão. E a qualidade da assistência depende de uma atuação competente da equipe de saúde, sendo a Estratégia de Saúde da Família (ESF) a porta de entrada no Sistema Único de Saúde. Objetivo: caracterizar os aspectos assistenciais das pessoas com úlceras venosas atendidas pela ESF em Maceió/Alagoas. Método: pesquisa avaliativa, transversal, quantitativa, realizada com 59 pessoas com UV atendidas nas 36 ESF de Maceió. Para coleta de dados utilizou-se formulário estruturado e a análise foi realizada por estatística descritiva e inferencial em um software estatístico. A pesquisa obteve parecer favorável da Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas (nº 005858/2007-96) Resultados: tem-se que 57,6% das pessoas com UV tiveram assistência ruim (< 5 aspectos positivos), média de 3,0 aspectos (±1,0) e 42,4% tiveram assistência regular (5 a 7 aspectos positivos), média de 5,6 (±0,7), sendo a diferença significante (p-valor<0,001 - Mann-Whitney). Das 10 variáveis dos aspectos assistenciais, oito demonstraram maior contribuição para a assistência ruim devido à sua inadequação: exames gerais/específicos, produtos nos últimos 30 dias, tratamento compressivo, orientação sobre meias compressivas, acesso a consulta com angiologista, local de realização do curativo nos últimos 30 dias, profissional que acompanha/realiza curativo e disponibilidade dos produtos. A qualidade ruim da assistência foi evidenciada mais frequentemente nos pacientes com tempo de tratamento superior a um ano; sendo a diferença estatística significante em relação ao maior tempo de tratamento nas seguintes variáveis inadequadas: profissional que acompanha/realiza curativo (p-valor =0,002), produtos nos últimos 30 dias (p-valor =0,038), orientação para uso de meios compressivas (p-valor =0,002), acesso a consulta com o angiologista (p-valor =0,041), local de realização de curativos nos últimos 30 dias (p-valor=0,048), e tratamento compressivo (p-valor =0,047). Conclusão: as pessoas com UV apresentaram assistência considerada ruim contribuindo para cronicidade das lesões, denotando a necessidade de repensar a assistência desenvolvida, visando uma melhoria da qualidade de vida e evolução destas lesões.
Palavras-chave
Avaliação; Qualidade; Assistência; Úlcera Varicosa
Referências
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