Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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VIOLÊNCIA CONJUGAL NA GESTAÇÃO: REPERCUSSÕES OBSTÉTRICAS E NEONATAIS
Luana Moura Campos, Nadirlene Pereira Gomes, Gilvânia Patrícia do Nascimento Paixão, Júlia Renata Fernades Magalhães, Rosana Santos Mota, Cíntia Mesquita Correia, Raiane Moreira dos Santos

Resumo


Introdução: A gravidez tem sido apontada como um fator de risco para a violência contra a mulher. As chances de vivenciar a violência na relação conjugal aumentam quando a gestação não é planejada, podendo ocasionar conflitos e a ocorrência desse fenômeno. Objetivos: Compreender a relação entre gestação não planejada e vivência de violência conjugal. Método: Pesquisa com abordagem qualitativa, realizada com 19 mulheres em situação de conjugalidade e vivência de violência conjugal, residentes em uma comunidade localizada em Salvador, Bahia, Brasil. Após a aprovação do CEP (42/2011), realizou-se entrevista com as mulheres, no período entre março e maio de 2012. A organização dos dados se deu através do Discurso do Sujeito Coletivo de Lefévre. Resultados e discussões: O discurso mostra que a gravidez sem planejamento desvela-se enquanto uma situação conflituosa na relação conjugal, responsável pelo desencadeamento da violência. Para as mulheres, as relações desrespeitosas e violentas, que se iniciaram após descoberta da gravidez, trazem implicações para a sua saúde e a do feto, tais como: depressão, baixa autoestima, sangramentos vaginais frequentes, ameaça de trabalho de parto prematuro, baixo peso do recém-nascido, dentre outros. Conclusão: O estudo sinaliza para a relação entre gravidez não planejada e vivência de violência conjugal e mostra que esta desencadeia repercussões obstétricas e neonatais. Os serviços de saúde podem e devem articular-se com outros espaços para o desenvolvimento de atividades de educação em saúde, disponibilizando espaços para que as mulheres, e também seus cônjugues, tenham a oportunidade de refletir suas relações e encontrar caminhos para uma vida conjugal respeitosa, prevenindo assim as repercussões sobre a saúde materna e neonatal.


Palavras-chave


Conflito conjugal; Violência contra a mulher; Gestação; Neonatologia; Enfermagem.

Referências


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