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MACHISMO EM CATOLÉ DO ROCHA – PB: QUEBRANDO IMPASSES E REALIZANDO PAPANICOLAU ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Resumo
Caracterização do problema: O câncer de colo uterino é hoje o segundo tipo de câncer que mais acomete a população feminina, ficando atrás apenas do câncer de mama, seu surgimento na grande maioria está relacionado à infecção pelo papilomavírus humano HPV. No Brasil é a quarta causa de morte no público feminino, fazendo 4.800 vítimas fatais e apresentando ao ano cerca de 18.430 novos casos. O município de Catolé do Rocha apresentando 29. 079 mil habitantes, sendo 15.700 mil do sexo feminino, apresentando cobertura populacional pela estratégia de saúde da família de 87%. Uma característica local é a baixa procura por parte das mulheres para a realização do exame Papanicolau, o município não vem atingindo as metas preconizadas pelo Ministério da Saúde - MS. Descrição da experiência: Ao assumir o cargo de enfermeiro, a coordenadora de atenção primária à saúde explanou: “Meu filho infelizmente aqui em Catolé do Rocha, você não irá conseguir realizar nenhum citotapológico, primeiro porque existe muita resistência por parte das mulheres e dos maridos e segundo porque você é do sexo masculino. Então vou providenciar uma enfermeira só para a realização dos mesmos”, pedi a mesma que deixasse eu tentar. Segunda colocação da coordenadora “Acho muito difícil, pois até as Unidades onde são enfermeiras elas mal conseguem. Efeitos Alcançados: Me reuni com a equipe e pedi aos agentes comunitários de saúde que durante as visitas domiciliares orientassem sobre a importância do Papanicolau, e que convocassem as mulheres para uma conversa com o enfermeiro. A primeira tarde de conversas foi na capela de Santo Antonio, apareceram no total 24 mulheres, durante a conversa foi explanado tudo sobre o exame: o exame, a sua realização, o papel do enfermeiro, o processo saúde/doença. Na ocasião foi agendada o primeiro dia D de Papanicolau, nesse dia apareceram no total 22 mulheres para a realização dos exames, dessas, 20 estavam presentes na tarde de conversa e 2 foram convidadas por mulheres que estavam na tarde de conversa. Esse foi um marco na saúde pública local, tive o reconhecimento, desse dia em diante, foi mantido uma média mensal de 8 citológicos sendo realizados por demanda espontânea e ao final de dezembro de 2010 conseguimos atingir a meta estabelecida pela coordenação municipal, nesse mesmo ano apenas três ESF conseguiram atingir a meta Recomendações: Estudo realizado na Paraíba identificou que as ESF não vêem desenvolvendo a promoção e prevenção. A substituição do termo palestra , conversa tem surtido efeitos significativos perante a comunidade adscrita na qual se insere a estratégia de saúde da família da qual me incluo como profissional. E temos retomado junto a mesma comunidade, sua participação maciça sempre que expomos a educação em saúde em prática, pois os mesmos já vêem sabendo que não irão apenas ouvir e sim contribuir com suas largas experiências de vida. Assim, recomenda-se a substituição do termo palestra pelo termo conversa.
Palavras-chave
Educação em Saúde; Comunidade.
Referências
1INCA – CANCERDOCOLOUNTERINO: Disponível em HTTP: www.inca.gov.br, acessado em 09 de dezembro de 2013.
2 IBGE – CENSO2010POPULACAOCATOLEDOROCHAPB. Disponível em HTTP:cidades.ibge.gov.br, acessado em 09 de dezembro de 2013.
3 ARAUJO, F.N.F. Efetividade das Ações de Controle da Hipertensão Arterial sob a ótica dos profissionais da atenção primária à saúde. Mestrado de Saúde Pública. UEPB: Campina Grande – PB. 2012.
4Colocações do autor principal, vivenciada junto a comunidade local.