Tamanho da fonte: 

Introdução: O modelo de atenção à saúde predominante no século passado, designado como assistencialista ou modelo biomédico, era caracterizado por centrar-se na cura das doenças e pela baixa influência na promoção da saúde.  A implantação de politicas como a Estratégia Saúde da Família (ESF) criada na tentativa de reorganizar esse modelo de atenção, enfrenta uma resistência histórica imposta pelo antigo modelo de atenção. Dessa forma, algumas parcelas populacionais, dentre as quais os/as adolescentes, apresentam demasiada resistência às praticas de prevenção de agravos em saúde. Objetivo: Verificar a influência do modelo medico-assistencialista na efetivação da promoção da saúde, na percepção dos/as adolescentes. Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa, realizada com 24 adolescentes de uma escola de ensino fundamental no município de Caririaçu, interior do Ceará. Os dados foram coletados através de uma entrevista semiestruturada, organizados através técnica de Análise de Conteúdo de Bardin e analisados conforme a literatura pertinente. Resultados: Os resultados apontam uma percepção restrita dos/as adolescentes a respeito do tema saúde e prevenção de agravos, associando saúde à ausência de doenças, sendo esta relação determinante para que a busca dos/das adolescentes pela assistência primária ainda seja movida pela doença e seus fatores associados. Os/as adolescentes apontam a medicalização da assistência na ESF, a ausência de estratégias que possam de fato, atrair os mesmos para a busca do serviço, a visão de que aunidade de saúde somente trata de doentes, a exemplo dos idosos e das crianças,considerados pelos participante do estudo, como alvos prioritários da atenção da ESF. Conclusão: Observa-se que o modelo médico-assistencialista ainda se encontra como obstáculo à consolidação da atenção integral proposta pela atenção primária, especialmente frente aos adolescentes. Assim, sugere-se a elaboração de estratégias que possam atrair a presença de adolescentes nas unidades, a exemplo do acolhimento, da escuta ativa e da humanização.

Adolescente; Atenção Primária à Saúde; Promoção da Saúde