Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PRECONCEITO NA FORMAÇÃO E EXERCICIO PROFISSIONAL DE HOMENS NA ENFERMAGEM: UMA ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DE GÊNERO
Grayce Alencar Albuquerque, Tarcia Thalita Bandeira Garcia, Ítalla Maria Pinheiro Bezerra, Marcelo Alves de Oliveira, Fernando Adami

Resumo


As práticas de cuidado surgem em associação com a religiosidade, a qual teve início com as práticas sacerdotais, estando estas, associadas à figura feminina. Aptas a cuidarem, como resultado das relações de gênero, as mulheres assumem profissões que despertem nelas a essência feminina, como a enfermagem. Assim, nas primeiras escolas de Enfermagem, as estudantes deveriam ser puras, delicadas, submissas e honestas. A necessidade de força física na profissão possibilitou a entrada de homens na mesma. No entanto, apesar dos avanços nas discussões sobre questões de gênero, quando homens ingressam nesta profissão, considerada tipicamente feminina, suscitam-se questionamentos voltados quanto à sua masculinidade, despertando-se assim, várias formas de preconceitos na profissão. Objetivo: Conhecer as percepções de enfermeiros homens, acerca dos tipos de preconceitos vivenciados e ou percebidos por estes durante sua formação e exercício profissional. Método: Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, descritiva, de abordagem qualitativa, realizada nas Estratégias Saúde da Família nos municípios de Juazeiro do Norte, Barbalha e Crato, no interior do estado do Ceará, com 10 enfermeiros do sexo masculino. Para a coleta de dados utilizou-se de entrevista semiestruturada, que foram gravadas, sendo os discursos organizados em categorias temáticas de acordo com Bardin. Resultados: Foi identificado preconceitos vivenciados pelos enfermeiros frente à sua sexualidade, uma vez que a profissão é tida como feminina, trazendo questionamentos quanto à possibilidade de homossexualidade dos participantes. Ainda, percebe-se que a profissão de enfermagem é desvalorizada socialmente, estando submissa ao médico, em uma relação de homem (medicina) e mulher (enfermagem), tal qual as relações de gênero, o que gera nos participantes, insatisfação. Conclusão: Entende-se, então, que a visão sobre a enfermagem é construída em meio a valores culturais, o que gera estereótipos e preconceitos quando o homem se insere na mesma. É de fundamental importância proporcionar alterações positivas em relação à visão da sociedade frente o profissional de enfermagem homem. Para tal, torna-se primordial o reconhecimento do profissional por meio de ações coletivas e políticas.

Palavras-chave


Enfermagem; Masculino; Identidade de Gênero; Preconceito.