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A doença renal crônica é caracterizada pela perda lenta, progressiva e irreversível da função renal, representada por uma elevada taxa de morbidade e mortalidade cardiovascular, hospitalizações e problemas específicos comuns nessa faixa etária, tais como comprometimento do crescimento e alterações pulmonares e biopsicossociais de forma grave. Objetivos: avaliar as repercussões da doença renal crônica sobre a capacidade funcional, força muscular respiratória e na qualidade de vida em crianças de oito a 17 anos acompanhadas em um Centro de Referência de Nefrologia Pediátrica. Método: estudo observacional do tipo corte transversal, realizado no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP), com crianças e adolescentes portadores de doença renal crônica segundo critérios do K/DOQI e com idade de oito a 17anos. Foram excluídas crianças e adolescentes incapazes de realizar o teste. As informações foram obtidas através de entrevistas com os responsáveis e as crianças e consultas aos prontuários seguidos das realizações dos testes de força muscular e de função pulmonar. Resultados: Das 40 crianças e adolescentes avaliados a idade média foi de (13 ± 2,6) anos, 52,5% era do sexo masculino e 59,5% apresentaram atraso escolar. Pode-se observar que a média da distância percorrida pelas crianças foi de (396 ± 71,2) metros, bem como o escore final de qualidade de vida foi de (50,9 ± 16,5). Ao comparar as médias entre a distância percorrida e o sexo da criança, verificou-se que os do sexo masculino percorreram maior distância (423,29 ± 63,50). Em relação à qualidade de vida evidenciou-se que os transplantados na percepção da criança obtiveram maior escore quando comparado ao grupo que realizava hemodiálise (p<0,001). Encontrou-se associação significativa entre a qualidade de vida e o sexo na percepção dos pais e das crianças, onde o sexo masculino apresentava uma melhor qualidade de vida. Ao comparar qualidade de vida e atividade física, observou-se que na percepção das crianças aquelas que realizavam atividade física apresentavam melhor qualidade de vida (69,22 ± 13,48). Ao analisarmos a correlação entre à distância percorrida no TC6`e as variáveis de interesse do estudo verificou-se correlação positiva significativa. Observou-se ainda correlação negativa entre VEF1/CVF e o valor da distância percorrida. Por fim, a frequência respiratória avaliada após o TC6’ mostrou correlação positiva com a diferençada distância percorrida e a prevista. Conclusão: por fim, conclui-se que na amostra estudada pode-se observar uma redução significativa na capacidade funcional, qualidade de vida e atividade física em crianças e adolescentes com DRC. Também foram encontradas associações positivas entre a capacidade funcional com a função pulmonar e a qualidade de vida. Não se encontrou influência da força muscular respiratória sobre a capacidade funcional sugerindo-se a realização de novos estudos para melhor elucidação.

Insuficiência renal crônica; função pulmonar; qualidade de vida.