Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA: PERCEPÇÕES DOS RESIDENTES SOBRE OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO EM SERVIÇO
César Augusto Paro, Marcella Alves Martins Teofilo, Evelyn Kowalczyk dos Santos

Resumo


Caracterização do problema: Formar profissionais de saúde para atuar no Sistema Único de Saúde trata-se de um desafio complexo e atual, sendo que os programas de residência são visualizados como potentes dispositivos neste processo. Descrição da experiência: Este relato busca refletir sobre as experiências, dificuldades e desafios de residentes da Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro na atuação em um núcleo hospitalar de epidemiologia de um hospital público no município do Rio de Janeiro/RJ. Este programa de residência busca formar sanitaristas, ou seja, profissionais que congregam ações e saberes voltados para a promoção, proteção e recuperação da saúde das populações, entendendo a saúde como um processo complexo que envolve questões epidemiológicas, socioeconômicas, ambientais, demográficas e culturais. No decorrer das atividades no hospital, são realizadas atividades de vigilância, ensino e pesquisa. Efeitos alcançados: Os residentes assumem atividades de preceptoria da graduação em Saúde Coletiva, apesar de, assim como os graduandos, estarem em processo de construção da nova identidade profissional, do “ser sanitarista”. As reuniões do serviço, oficinas, sessões de discussão científica e o fazer junto são os principais momentos de reflexão sobre a formação que temos em serviço. Acredita-se que estes espaços formativos são essenciais, dado que são nestes em que são problematizadas as situações, compartilhados os saberes e discutidas as práticas. Porém, a noção de residente enquanto “mão-de-obra barata” também se faz presente em alguns momentos, sendo solicitado aos residentes o desenvolvimento de um grande volume de atividades, o que prejudica a realização de espaços formativos para reflexão da prática, fragilizando o aprendizado. Recomendações: Apesar do hospital se constituir um espaço importante de aprendizagem/atuação de sanitaristas em formação, ainda existem problemas que, se superados ou minimizados, poderiam potencializar este processo. Esta superação trata-se de um atual desafio, que depende, além dos residentes, também dos preceptores e coordenadores. Acredita-se que o cenário prático da formação em serviço deva promover ao sanitarista a possibilidade do exercício da capacidade reflexiva, crítica e problematizadora a partir de referenciais éticos e políticos, com vistas para uma prática social transformadora.

Palavras-chave


Saúde Coletiva; Residência Multiprofissional; Formação em Saúde

Referências


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