Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A VIVÊNCIA DA PUÉRPERA NO PARTO NORMAL: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE PARTURIÇÃO
Tamiris Amancio Dantas

Resumo


Introdução: Atualmente no Brasil se instalou um cenário preocupante, onde o número de cesárea está acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, além da adoção indiscriminada de práticas desnecessárias, atribuindo-se muitas vezes ao parto normal, uma conotação negativa perante as mulheres. Objetivos: Identificar o tipo de parto esperado pelas mulheres e sua justificativa e avaliar a autonomia das parturientes perante as decisões do processo parturitivo. Metodologia: Trata-se uma pesquisa qualitativa, o cenário foi o Hospital Universitário Sul Fluminense, localizado em Vassouras, RJ. Os sujeitos do estudo foram 11 puérperas, a amostra tomou como critério de inclusão as mulheres que tiveram experiência com o parto normal. Resultados: O estudo revelou que entre as onze entrevistadas, 81,81% desejavam o parto normal. Observou-se o relato relacionado à falta de autonomia e desrespeito as suas necessidades e vontades durante o processo de parturição. Algumas falas reafirmam o exposto: tem que ficar deitada, não pode fazer nada, tem que seguir as orientações deles, não pode fazer o que a gente quer (entrevistada 10). O médico tentava a todo custo me convencer de fazer uma cesárea, pois eu estava atrapalhando uma festa que ele havia organizado (entrevistada 11). Conclusão: Há o predomínio do desejo pelo parto normal, entretanto existe a prevalência da medicalização e técnicas intervencionistas, que contribuem para a ausência de autonomia das mulheres durante o processo parturitivo. É-lhe desvinculado o direito de escolha, a mulher foi retirada do papel de protagonista do seu parto.

Palavras-chave


Parto Humanizado; Enfermagem; Saúde da Mulher.

Referências


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