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RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL: DISCUTINDO CAMPO E NÚCLEO DA ENFERMAGEM
Resumo
Desenvolver profissionais capazes de atuar nas necessidades colocadas pelo Sistema Único de Saúde é um desafio para as instituições formadoras e seus formandos (PERRENOUD, 2002). A partir desse contexto, os programas de Residência Multiprofissional em saúde se inserem, a fim de desenvolver nos profissionais de saúde competências para o trabalho no SUS, articulando os conhecimentos adquiridos na formação inicial (núcleo) com a complexidade dos determinantes de saúde da população (NASCIMENTO, OLIVEIRA, 2009). Objetivo: relatar a experiência do núcleo da enfermagem após inserção no Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Sistema Público de Saúde na UFSM, área de concentração Atenção Básica/Estratégia de Saúde da Família (ESF). Metodologia: Este estudo consiste em um relato de experiência de caráter descritivo. Resultados Principais: Nessa perspectiva, na organização do programa da UFSM, o enfermeiro da Atenção Básica tem o papel de articular a equipe de referência do território com os residentes de outras áreas de atuação que atuam no território fixamente ou através do apoio matricial. Nessa articulação desenvolve ações de campo e de núcleo. De acordo com Campos (2000), o núcleo pode ser entendido como uma aglutinação de conhecimentos que remete a identidade de uma área de saber e de prática profissional, enquanto o campo refere-se a um espaço de limites imprecisos onde cada profissão busca apoio em outras para cumprir suas tarefas teóricas e práticas. Na Estratégia da Saúde da família, o enfermeiro integra a equipe de referência da Unidade de saúde que é responsável pelos usuários do seu território adstrito, acompanhando-os ao longo do tempo nos aspectos que envolvem as questões de saúde e de doenças. Na experiência enquanto residente, é assumido o papel de profissional de referência para os demais residentes provenientes de outros núcleos de saber, ocorrendo assim, construção de ações compartilhadas e atuação crítica. Através dessa equipe multiprofissional é favorecido o princípio do SUS da integralidade de atenção a saúde. Conclusões: A Residência Multiprofissional traz repercussões, tanto para educação em enfermagem, quanto para a sociedade que recebe os cuidados qualificados e diferenciados. Crê-se que experiências na forma de educação continuada em saúde, juntamente com a intervenção núcleo e campo tem por objetivo a realização de ações que provoquem a mudança no serviço de saúde.
Palavras-chave
internato não médico; Estratégia de Saúde da Família; enfermagem
Referências
CAMPOS, G.W.S. Saúde pública e saúde coletiva: campo e núcleo de saberes e práticas. Ciência & Saúde Coletiva, v.5, n.2, p.219-230, 2000.
NASCIMENTO, D.D.G.; OLIVEIRA, M.A.C. Competências profissionais e o processo de formação na Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade. Saúde Soc, São Paulo, v.19, n.4, p.814-827, 2010.
PERRENOUD, P. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.