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Introdução: A violência tem repercussões devastadoras em termos de saúde física e psicológica. Entre as reações comportamentais e emocionais que acometem as mulheres vítimas de violência estão o desânimo, as dores de cabeça, a insônia, a angústia, a ansiedade, o choro frequente e a instabilidade de humor. Os maus tratos sofridos pelas mulheres ao longo da vida podem resultar em alterações psíquicas como a depressão, que muitas vezes está atrelada ao pensamento suicida e suicídio. O comportamento suicida é classificado, com frequência, em três categorias: ideação Suicida, tentativa de suicídio e suicídio consumado. No Brasil, a prevalência estimada de ideação suicida é de 17,1%, sendo mais frequente entre as mulheres, em adultos de 30 a 44 anos, pessoas com alta renda e nos que vivem sozinhos (solteiros, viúvos, desquitados e separados). Objetivos: identificar a prevalência e os fatores associados à ideação suicida em mulheres cadastradas na Estratégia ESF e verificar a relação entre a percepção de sofrer ou não maus tratos ao longo da vida e a ideação suicida. Método: Estudo analítico, observacional e transversal com abordagem quantitativa, com amostra representativa de 221 mulheres. O risco para ideação suicida foi avaliado utilizando parte do Self-Report Questionnaire-20, e em análise multivariada foi estimada a prevalência em função de variáveis: demográficas, sociais e econômicas por meio da Regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: 20,8% das mulheres apresentaram ideação suicida e as variáveis que se associaram no modelo final foram: ter filhos falecidos, não possuir renda mensal individual, não morar com familiares e a percepção de ter sofrido maus tratos ao longo da vida. As mulheres com percepção de maus tratos têm um risco maior - 374% - no desenvolvimento da ideação suicida. Conclusão: A elevada prevalência e os fatores associados podem direcionar as atividades de promoção da saúde, enfocando as mulheres que se percebem como vítimas de maus tratos.  .

Ideação Suicida; Violência; Saúde mental; Atenção primária à saúde; Fatores de risco.