Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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SER NUTRICIONISTA E PROFESSOR, COMO SE ESTABELECE A PRÁTICA DOCENTE PARA A FORMAÇÃO DOS FUTUROS PROFISSIONAIS DA ÁREA?
Karla Siqueira Lottermann, Ana Luiza Lima Sousa, Paulo César Brandão Veiga Jardim, Glenda Batista de Almeida Andrade, Ademar Azevedo Soares Junior, Kênia Celestino

Resumo


Na criação do primeiro curso de nutricionistas no Brasil em 1939 foi decretada a habilidade para reger cadeiras de nutrição em escolas elementares públicas ou particulares. Com o passar dos anos foram alteradas e criadas novas leis para o exercício profissional do nutricionista onde manteve-se atuação pedagógica como seu campo de prática. Objetivo: identificar o que é prática docente para os nutricionistas que atuam como professores em cursos de graduação em nutrição. Metodologia: pesquisa descritiva, qualitativa, fenomenológica, realizada nas duas maiores instituições de ensino superior do estado de Goiás, sendo uma pública e uma privada. Para a coleta de dados foi utilizada entrevista semiestruturada e foi utilizada a análise de conteúdo para interpretação dos dados. Resultados: foram pesquisados 29 nutricionistas, todas do sexo feminino, com média de idade de 39 anos. A maioria se formou docente pelas experiências vividas ao longo da carreira como professor, pois grande parte não teve formação didático-pedagógica na graduação. As narrativas demonstraram que a prática docente é aquela em o professor tem a preocupação em passar o conhecimento, mas também vai além da questão teórica/técnica, buscam formar profissionais inteiros, que vão saber lidar com necessidades e exigências da população; se preocupam em ensinar o verdadeiro sentido do aprendizado profissional. O bom professor é entendido, como educador atento à personalidade complexa do educando, e das necessidades da população que irá utilizar o serviço daquele profissional. Caracterizam a sua prática pedagógica, pela possibilidade de formar o aluno na perspectiva das concepções de educação e saúde. A maioria descreve que as habilidades para a docência são desenvolvidas no cotidiano, variando de acordo com o contexto, tipo de aluno, metodologia utilizada. Incluíram como necessário para uma postura ética a condição de saber ouvir, respeitar os alunos, conviver com as diferenças, ser justo nas avaliações e ser honesto. Poucos relataram ter o hábito da prática reflexiva e outros deram novos significados a essa prática Conclusão: os nutricionistas que atuam na docência não têm formação específica na área de educação e desenvolvem suas atividades através de experiências do cotidiano e relataram de maneira simplista que para ser docente é necessário apenas ter uma visão holística e dispor de habilidades inatas ou a desenvolvê-las para estabelecer a sua prática docente e formar novos profissionais.

Palavras-chave


docência universitária; nutrição; educação

Referências


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