Tamanho da fonte: 

O diagnóstico da infecção pelo HIV durante a gestação é fundamental para a redução da transmissão vertical. As Políticas e Diretrizes de Prevenção das DST/AIDS entre Mulheres, de 2002,que orientam para a importância da prevenção no âmbito da atenção ao pré-natal para as gestantes.Tais ações estão previstas para Atenção Básica de Saúde,mas a pouca cobertura da AB leva gestantes para acompanhamento ambulatorial na atenção terciária e modifica fundamentalmente a prática do aconselhamento.No Hospital Universitário de Brasília tal intervenção é realizada pelo Projeto Com Vivência,extensão universitária que caracteriza um serviço de Psicologia e Serviço Social junto à Divisão de Infectologia no acolhimento e acompanhamento de pessoas vivendo e convivendo com HIV/Aids. A experiência, que continua a ser realizada, se deu paulatinamente por mudança no formato do referido Aconselhamento para Gestantes. Este consistia em exposição de conteúdo sistematizado. A mudança tem objetivo de acrescentar ainda os aspectos da autonomia e autoavaliação, importantes no manual governamental de Educação em Saúde. A primeira intervenção consistiu na apresentação como aquecimento inespecífico com método do Caleidoscópio e uso de personagem gestante com idade e dados sociodemográficos semelhantes aos das usuárias cuja história de seu diagnóstico, tratamento e qualidade de vida servia como guia para as informações dadas ainda em formato de exposição. A seguir adotou-se o formato de Roda de Conversa,e a troca de informações em dinâmica de Construção de Personagem: este método foi desafiador pela restrição do tempo do encontro em relação à quantidade de conteúdo.Então passou-se a usar material de apoio para remissão aos tópicos-chave.Há o desafio de realizar a atividade em estrutura da Atenção Terciária que se manifesta em espaço restrito e deslocado do território das usuárias, falta de articulação multiprofissional entre os setores relacionados à saúde da gestante, excesso de informações a serem passadas em um único encontro de duração limitada e descolamento da atividade dos demais eventos relacionados ao cuidado da gestação. Considerando os aspectos subjetivos das gestantes, notou-se dificuldade em abordar o tema HIV/Aids, pois consideram um assunto afastado de sua realidade como mãe;entretanto, viu-se maior participação e interação das mulheres e eventuais parceiros, maior abertura para dúvidas e conversação e o início de um processo de identificação e autoavaliação acerca do tema.

educação em saúde; HIV; Aids; gestantes; humanização