Tamanho da fonte: 

O Programa Saúde na Escola (PSE) promove a articulação das escolas com as unidades de saúde no enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o desenvolvimento dos escolares. “Promoção e Prevenção à Saúde” faz parte dos componentes estruturantes deste programa, e inclui como demanda a educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST. Estes temas costumam gerar dúvidas, tabus e constrangimentos, e a partir da necessidade de abordá-los em uma conversa aberta com os alunos do 5º ano, a diretora de uma escola municipal, de Colombo/PR, solicitou o auxílio de sua unidade de saúde (US) parceira no PSE. Foi então proposto, pela equipe de residentes multiprofissionais em Saúde da Família, atuantes na USF, a realização de rodas de conversas e dinâmicas sobre a temática. Para tanto, foram combinados dois momentos.  No primeiro, as residentes de nutrição, farmácia e odontologia realizaram as atividades com as meninas, enquanto em outra sala os residentes de farmácia e odontologia, juntamente com o dentista da USF, realizaram com os meninos. Foram projetadas figuras relacionadas à puberdade nas lousas interativas das salas de aula, para que os alunos adivinhassem o tema da conversa, e então, sugerido que escrevessem perguntas anônimas sobre a temática.  Na sequência, e após a realização de uma dinâmica “quebra-gelo”, com os alunos sentados em roda, as perguntas sem identificação foram lidas e respondidas. Os temas abordados entre os meninos e as meninas foram: mudanças corporais, menstruação, primeira ejaculação, uso de absorventes, higienização íntima, anticoncepcionais, importância e demonstração do uso correto do preservativo, DST´s, pílula do dia seguinte, masturbação e virgindade. Como nem todos os temas surgiram diretamente pelas perguntas, alguns foram introduzidas ao longo da conversa.  O segundo momento foi realizado na semana seguinte, unindo meninos e meninas em uma mesma sala para a exibição de documentário sobre gravidez na adolescência. Logo após, com todos sentados em roda, iniciou-se a brincadeira “batata quente” com perguntas referentes aos temas abordados no primeiro encontro. Caso o aluno errasse a resposta deveria arcar com uma consequência, por exemplo, se errassem sobre um método anticoncepcional deveria simular uma gravidez não planejada, as meninas com uma bexiga na barriga e os meninos segurando uma boneca, e responder a questões como: “você sabe cuidar de uma criança?”; “e os estudos como ficarão com a chegada dessa criança?”. Os alunos demonstraram interesse e participação nas atividades, e no segundo momento mostraram, por meio das respostas na brincadeira, que absorveram as informações debatidas no primeiro encontro. A experiência também contribuiu para o fortalecimento do vínculo dos profissionais de saúde com os escolares da comunidade, favorecendo a realização futura de outras atividades de educação em saúde.

Educação em Saúde; Saúde Escolar; Sexualidade