Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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ENTREVISTA FENOMENOLÓGICA COM FAMILIARES CUIDADORES DE CRIANÇAS QUE TEM HIV/AIDS EM TERAPIA ANTIRETROVIRAL
Tassiana Potrich, Cristiane Cardoso de Paula

Resumo


A entrevista fenomenológica possibilita acessar o vivido do ser humano, por meio de um movimento de compreensão, desvelando-se os sentidos ainda ocultos. Ocorre sob a forma de encontro existencial que exige do pesquisador um posicionamento de des-centramento de si, a fim de compreender o significado do fenômeno na perspectiva dos próprios sujeitos. O presente estudo tem por objetivo descrever a vivência da pesquisadora na realização da entrevista fenomenológica com familiares cuidadores de crianças que tem HIV/aids em terapia antirretroviral (TARV). Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, procedente da dissertação de mestrado do programa de Pós Graduação em Enfermagem (PPGEnf) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)- RS. As entrevistas foram realizadas no ambulatório de pediatria de um Hospital Universitário do Sul do País, local onde os sujeitos se faziam presentes nos dias agendados para consulta das crianças. Para realização da entrevista fenomenológica se fez necessário um movimento inicial de aproximação e ambientação. A partir do convite e aceitação, iniciava-se a entrevista com uma conversa informal e em seguida lançava-se a questão orientadora, qual seja: Como é para você cuidar da/o (nome da criança)? A partir deste momento buscou-se realizar um exercício de redução de pressupostos mediado pela empatia e subjetividade. Durante a entrevista se fez necessária uma escuta atenta a fim de buscar palavras chaves que possibilitaram o lançamento de questões empáticas com o intuito de destacar questões que necessitem de um melhor aprofundamento para se chegar à compreensão do fenômeno. Encerrou-se a entrevista com um feedback. A realização da entrevista fenomenológica  possibilitou desvelar o sentido atribuído pelo sujeito ao fenômeno. Exigiu do pesquisador uma redução de pressupostos aliado a necessidade de estar atento captando os sinais e as formas de se expressar do cuidador familiar e ainda formular questões empáticas de acordo com os discursos do sujeito. Mesmo em discursos sucintos emergiram expressões significativas, a pouca fala ou ausência gestos e manifestações foi sim a mais pura expressão de sua singularidade.  Assim a entrevista fenomenológica exige do pesquisador uma postura a fim de manter o fio condutor da entrevista, mantendo o foco no objeto de estudo.

Palavras-chave


familiar cuidador; entrevista fenomenológica; criança; HIV/aids

Referências


 

CARVALHO, A. S. Metodologia da entrevista: uma abordagem fenomenológica. Rio de Janeiro: Agir, 1987.

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