Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA NO CONTEXTO DO 1º CICLO DE AVALIAÇÃO EXTERNA DO PMAQ-AB
Ane Polline Lacerda Protasio, Edmilson Calixto de Lima, Polyana Barbosa da Silva, Liliane dos Santos Machado, Ana Maria Gondim Valença

Resumo


Dentre os aspectos avaliados pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), encontra-se a articulação e integração da referência e contrarreferência. Estas informações permitem compreender como se concretiza o princípio da integralidade da atenção no âmbito do SUS. Nesta perspectiva, o presente trabalho se propôs a identificar como se caracteriza a organização, a articulação e a assistência, a partir da referência e contrarreferência, no estado da Paraíba, com base nos dados do 1º ciclo de avaliação externa do PMAQ-AB. Para tanto, realizou-se uma pesquisa do tipo transversal, de acordo com as respostas de todas as Equipes de Saúde da Atenção Básica contratulizadas (n=625), sendo consideradas as questões referentes à articulação e integração da referência e contrarreferência localizadas no Módulo II. Os dados foram analisados descritivamente, por meio de valores absolutos e percentuais. O estudo mostrou que a maioria das equipes (94,1%; n=588) referem ter central de regulação disponível, sendo 92,9% (n=580) para marcação de consulta especializada, 91,5% (n=572) para exames e apenas 13,3% (n=83) para marcação de leitos. Porém, verificou-se que, em relação ao agendamento para consultas especializadas, apenas 10,2% (n=64) das ESF dos usuários deixam a unidade de saúde com a consulta agendada e em 47,2% (n=295) das vezes a consulta é marcada pela unidade de saúde e a data é posteriormente informada ao usuário. Em 62,7% (n=392) dos casos, a equipe não mantém registro dos usuários de maior risco encaminhados para outros pontos de atenção. Quanto à existência de protocolos que orientariam a priorização dos casos com necessidade de encaminhamento, 75% (n=469) das unidades responderam negativamente. Constatou-se que 41,1% (n=257) das equipes referiram possuir documentos contendo as referências e fluxos pactuados pela gestão municipal para os atendimentos de usuários em seu território. Entretanto, 57,1% (n=357) não apresenta fluxo definido para: casos de suspeita de câncer de mama ou de colo do útero, parto, exame sorológico na gestante para sífilis ou anti-HIV, exame de glicose, urocultura ou sumário de urina, exame de ultrassonografia para gestante e urgências. Ao ser indagada a frequência de troca de informações sobre os pacientes encaminhados, 49,4% (n=309) relataram que os profissionais da atenção básica (AB) nunca contatavam os especialistas e 41,0% (n=256) faziam em algumas oportunidades. No entanto, a frequência com que os especialistas nunca contatavam os profissionais de AB foi mais expressiva (68,2%; n=426). Dado o exposto, conclui-se que existem fragilidades na integração da rede de atenção à saúde no estado da Paraíba em relação ao ordenamento e definição do fluxo do usuário da AB para a atenção especializada, em especial a contrarreferência, podendo comprometer a integralidade do cuidado e o papel da AB de coordenar a produção do cuidado em redes.

Palavras-chave


Serviços de Saúde; Sistema de Saúde; Atenção Primária à Saúde; Assistência à Saúde; Sistema único de Saúde