Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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RELATO DE EXPERIÊNCIA: MODELOS INTERPESSOAIS E NÃO VERBAIS DE MOBILIZAÇÃO EM SAÚDE
David Cassio Ribeiro Vasconcelos, Esio Fortaleza Nascimento Chaves Pedrosa, Idália Luzia Fortaleza Chaves Martins, Nádia Fortaleza Nascimento Chaves Pedrosa, Thiago Antônio Paiva Matos

Resumo


Hoje, entende-se que o sucesso das ações de promoção de saúde envolve não somente agir na pontualidade dos eventos. É necessário o compreender a extensão em longo prazo das ocorrências problemáticas e seu caráter multifatorial, envolvendo aspectos sociais, culturais, educacionais e epidemiológicos. Nesse entendimento, a educação em saúde cumpre seu papel de construção coletiva de práticas e hábitos saudáveis através do incentivo com métodos pedagógicos participativos e problematizados. Nesse contexto, a comunicação assume um papel definidor nos planos de ação em saúde, especialmente no tocante à mobilização da comunidade. Tal mobilização social requer uma mudança nas formas como a comunicação é compreendida e sobre as funções que assume. Deve-se extrapolar simples atividade de difusão e de propaganda, voltando-se para estabelecer interlocuções e gerar e manter vínculos. Este trabalho teve por objetivo relatar as principais limitações e vantagens de aplicação de modelos não verbais e interpessoais de mobilização em saúde. Descrição da experiência: Experiência de discentes de um curso de Medicina, observada durante execução de plano de ação em saúde voltado para hipertensos atendidos pela Unidade Básica de Saúde Míriam Mota, Fortaleza, no período de janeiro a novembro de 2012. Os planos metodológicos foram traçados por alunos e diretores da unidade em reuniões onde se decidiu que atividades seriam efetuadas (palestras, cafés-da-manhã e atividades físicas), além dos meios de divulgação usados. Estes últimos foram divididos em não verbais (cartazes e panfletos) e interpessoais (agentes de saúde, lideres comunitários e estudantes de medicina). Os meios não verbais de divulgação foram aplicados no primeiro semestre de atividades e os meios interpessoais no segundo. As conclusões foram formuladas por observação das atividades no tocante a presença de pacientes e participação ativa dos mesmos. Efeitos alcançados: Notaram-se fatores limitantes ao uso de meios não-verbais, tais como local adequado de distribuição e afixação, além da grande prevalência de analfabetos e dificuldade de confecção de informativos para esse público. A meios interpessoais foram mais eficazes. O papel dos agentes de saúde e líderes comunitários foi importante, pois além de possuir uma relação mais profunda e confiável com a comunidade, estes buscavam ativamente os pacientes e cobravam a participação. Os estudantes de medicina tinham como primeira barreira o estrangeirismo na comunidade, mas a população incentivava-se com um convite da organização. Recomendação: A comunicação interpessoal foi essencial na mobilização da população, por ser um processo de construção ativo de afeto e empatia, devendo ser estimulada dentro do meio acadêmico.