Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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ANÁLISE DAS PRINCIPAIS MODELAGENS DE GESTÃO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO ESPÍRITO SANTO
Heleticia Scabelo Galavote, Ana Cláudia Pinheiro Garcia, Camila Nogueira Felsky, Priscilla Caran Contarato, Paula de Souza Silva Freitas, Fernanda Nascimento Gomes, Amanda Del Caro Sulti, Renata Cristina da Silva de Oliveira, Rafaela Venâncio Gonçalves, Rita de Cássia Duarte Lima

Resumo


A gestão do trabalho em saúde pode significar a mediação política e técnica entre os objetivos éticos e políticos do SUS e os objetivos de gerenciamento da força de trabalho disponível, tornando-se uma função política, que deve ser desempenhada com competência e efetividade, uma vez que, é consenso de que não existe organização eficaz sem uma gestão eficaz, ou seja, sem um trabalho hábil de prever, organizar, dirigir e avaliar os recursos humanos, materiais e financeiros para atingir os objetivos organizacionais com a população a ser atendida. O objetivo é analisar as principais modelagens de gestão do trabalho na Estratégia Saúde da Família (ESF) no Espírito Santo (ES) e identificar o perfil dos gestores da ESF. Trata-se um estudo do tipo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa, que está sendo realizado em 39 municípios selecionados por sorteio aleatório estratificado no ES. A população do estudo compreende o conjunto de gestores responsáveis pela gestão dos trabalhadores da ESF dos municípios do ES: Secretário Municipal de Saúde; Coordenador Municipal da ESF; Coordenador Municipal de Recursos Humanos; e Coordenador das Unidades de Saúde da Família. A coleta dos dados está sendo realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com base em um roteiro guia. A análise de discurso é a base da análise dos dados. Nos resultados preliminares foi identificado um conhecimento limitado sobre as políticas de gestão do trabalho formuladas pelo Ministério da Saúde. Iniciativas voltadas para a melhoria de relações, condições e processos de trabalho das equipes foram reduzidas e incipientes. Os efeitos desse escasso investimento repercutem nos trabalhadores como insatisfação e insegurança. Assim, apesar do incremento na formulação de políticas de gestão do trabalho e da educação para o Sistema Único de Saúde em âmbito federal, a pesquisa aponta para a necessidade de estudos que auxiliem na ampliação de ferramentas que promovam maior visibilidade e conhecimento sobre essas políticas pouco conhecidas, o que limita sua implementação. Além disso, ainda que os entrevistados reconheçam a importância da gestão do trabalho para o favorecimento de um maior protagonismo dos sujeitos envolvidos na produção da saúde, verifica-se que esse reconhecimento ainda se encontra mais no plano do discurso e não se reflete na agenda política municipal.

Palavras-chave


gestão em saúde; Programa Saúde da Família; Recursos Humanos em Saúde.

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