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SÍFILIS CONGÊNITA NUMA MATERNIDADE PÚBLICA: ÊNFASE NA CARACTERIZAÇÃO E OPINIÃO DAS PUÉRPERAS
Resumo
Introdução: A Sífilis Congênita (SC) é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o concepto por via transplacentária. Objetivos: Traçar o perfil de puérperas e Recém-nascidos (RN) diagnosticados com SC em uma maternidade pública e avaliar a opinião da puérpera, se durante o pré-natal (PN) foram informadas a respeito do diagnóstico, tratamento e riscos da sífilis para mãe e RN. Método: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, com caráter quantitativo que foi realizado nos alojamentos conjuntos e nas três unidades neonatais de uma maternidade pública de Fortaleza/CE. A amostra foi composta de 20 mães e 20 RN com diagnóstico de SC, de setembro a novembro/2011 e aprovado sob protocolo nº 82/11. Resultados: Das puérperas 75% eram de Fortaleza, 50% eram solteiras, 65% apresentou idade entre 20 e 30 anos, 40% delas com escolaridade do ensino fundamental incompleto e renda de um salário mínimo. Todas as mulheres realizaram consultas de PN, no entanto houve 45% que fizeram 5 ou 6 consultas iniciadas no 1º trimestre de gestação. Quando questionadas sobre o exame de VDRL (Venereal Disease Research Laboratory), 85% relataram terem realizado no PN com 70% destes sendo reagentes. Quanto à importância de realizar o exame no PN 80% afirmaram que sabiam dessa importância, 65% eram cientes quanto aos riscos da doença para ambos, 45% afirmaram conhecer o exame de VDRL, porém 65% não sabiam qual a sua finalidade. Apenas 55% fizeram o tratamento no PN, mas apenas 18,2% foram tratadas adequadamente juntamente com o parceiro. A maioria relatou que o parceiro não foi tratado porque não o comunicou. Dos RN 55% são do sexo masculino com 70% nascidos de parto vaginal. A idade gestacional de maior predominância foi maior que 37 semanas e 70% acima de 2500g de peso. Os exames realizados nos RN foram hemograma completo (HC), VDRL em sangue periférico e do líquido cefalorraquidiano, Raio-X de ossos longos e outros, como: exame oftalmológico, auditivo, Proteína C-Reativa (PCR) e ultrassom transfontanelar. O tratamento de escolha em 95% dos RN foi com Penicilina G Cristalina. Conclusão: A enfermagem possui grande importância nesse contexto, pois deve expandir as ações de educação em saúde no âmbito do SUS para atuar efetivamente com a SC, especialmente no que se refere aos assuntos relacionados a orientação quanto a doença, seu diagnóstico, tratamento e riscos relativos a mãe e o bebê.
Palavras-chave
Sífilis Congênita; Conhecimento; Enfermagem