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USO DE TECNOLOGIAS DE INTEGRALIDADE NO CUIDADO ÀS MULHERES NO ÂMBITO DA REDE DE ATENÇÃO BÁSICA
Resumo
Este trabalho apresenta um recorte dos resultados preliminares dos grupos focais realizados com mulheres usuárias que utilizam os serviços do SUS, em três municípios: Pinhal, Sapucaia e Porto Alegre no período de 22 de agosto a 18 de novembro de 2013. As políticas específicas do SUS no campo da saúde das mulheres buscam, de forma intensiva, a redução da morbimortalidade por câncer na população feminina por meio do aumento das coberturas do exame de Citopatologico do exame clínico de mama e exames de imagem em mulheres (BRASIL, 2011). Ampliado o escopo do encontro entre usuária e profissional para além das tecnologias duras, como a coleta do material cérvico-uterino, ficam abertas nesta relação, as possibilidades de estabelecimento de vínculo e corresponsabilidade, elementos imprescindíveis para a prática da integralidade (FERLA & Cols; 2012). São diversos os serviços de saúde que atendem as demandas das mulheres brasileiras, como a atenção básica, os hospitais e centros de referência na atenção à saúde da mulher. Considerando este cenário, temos como objetivo analisar, em escala nacional e tendo como foco empírico a rede de atenção básica, os cenários de consulta ginecológica e a potencialidade deste dispositivo para produzir atenção integral à saúde das mulheres, além de identificar os atores, os procedimentos que as constituem, sua natureza tecnológica, o contexto em que são realizadas e as ofertas assistenciais que o compõem. Na metodologia emprega-se o uso de elementos de triangulação metodológica, com coleta de dados por meio de grupos focais e entrevistas semiestruturadas. A análise dos dados será desenvolvida com o auxilio do software NVIVO e levará em conta os seguintes aspectos: a organização do trabalho, a qualidade técnica e a orientação predominante em termos das naturezas tecnológicas dessas ações. Resultados: Os resultados preliminares dos grupos focais sugerem que as usuárias do sistema de saúde utilizam dispositivos da rede de assistência regional, muitas vezes, peregrinando pelos serviços, com dificuldades para o estabelecimento de vinculo e a integralidade da assistência. As mulheres também demonstram utilizar-se do serviço de saúde suplementar quando necessário para conseguir consultas e agilizar seu atendimento. Outras analises ainda poderão ser desenvolvidas, mas os dados já sugerem fragilidades na nos cenários de consulta ginecológica e assistência a saúde das mulheres.