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AVALIAÇÃO FAMILIAR: CONFRONTO ENTRE A ESCALA DE RISCO DE COELHO & SAVASSI E O MODELO CALGARY
Resumo
Introdução: Em uma concepção holística da saúde, a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) promoveu reformas que privilegiaram o núcleo familiar com a criação da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Nesta perspectiva, a teoria de Abdellah, apresenta a necessidade do ser humano ser visto como um todo em suas necessidades. Os aspectos biossociais são destacados por Coelho e Savassi na Escala de Risco Familiar enquanto as relações subjetivas são priorizadas no Modelo Calgary de Avaliação Familiar (MCAF). A escala de risco de Coelho e Savassi é uma estratégia de avaliação familiar baseada em sentinelas detentoras de escores que, somados, classificam as famílias como sendo de risco 1, 2 ou 3, de acordo com dados da ficha A do SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica). Já o MCAF é uma estrutura multidimensional composta por três categorias principais: Estrutura, Desenvolvimento e Funcional (WRIGHT; LEAHEY, 2008). Objetivo: Confrontar os resultados obtidos pela Escala de Risco de Coelho e Savassi com os do MCAF na avaliação de um núcleo familiar. Metodologia: O presente estudo foi desenvolvido, por graduandos de Enfermagem da Universidade de Pernambuco, em três etapas. A primeira etapa foi a aplicação da Ficha A e do MCAF durante a visita domiciliar feita em uma família do Bairro de Dois Unidos (Município do Recife) no mês de agosto de 2013; a segunda, foi a determinação da escala de risco familiar a partir de dados coletados da ficha A; por fim, na terceira etapa foram confrontados os resultados obtidos na Escala de risco de Coelho e Savassi com o MCAF. Resultados: Ao distribuirmos os dados da ficha A na Escala de Risco de Coelho e Savassi, constatamos que a família estudada se enquadra no Risco 1 (menor risco). No entanto, ao analisarmos as informações colhidas na aplicação do MCAF, foram observadas vulnerabilidades subjetivas que não são contempladas na Escala de Risco de Coelho e Savassi, mas que são determinantes para alterações na condição de saúde dos indivíduos do núcleo familiar estudado. Conclusão: Portanto, podemos inferir que a aplicação do MCAF é uma opção complementar eficaz para ser trabalhada rotineiramente na ESF de modo que as vulnerabilidades psicológicas se tornem mais evidentes para a intervenção da Equipe de saúde no processo de saúde/doença.
Palavras-chave
Família; Garantia da Qualidade dos Cuidados de Saúde; Vulnerabilidade em Saúde.
Referências
WRIGHT, Lorraine M.; LEAHEY, Maureen. Modelo Calgary de Avaliação da Família. In: WRIGHT, Lorraine M.; LEAHEY, Maureen. Enfermeiras e Famílias: Um guia para Avaliação e intervenção na Família. 4. ed. São Paulo: Roca, 2008. Cap. 3. p. 45-129. Tradução de: Nurses and families: a guide to family assessment and intervention.