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ADOLESCÊNCIA E HANSENÍASE: SINGULARIDADES E CAMINHOS NA REDE DE CUIDADOS EM SAÚDE
Resumo
Introdução: A hanseníase pode acometer todas as faixas etárias. A prevalência da doença em crianças e adolescentes com menos de 15 anos é maior em países endêmicos, revelando a persistência na transmissão do bacilo e as dificuldades dos programas de saúde para o controle da doença. O estudo trata-se de um relato de caso que aponta as vivências de uma adolescente acometida pela hanseníase e as singularidades do seu processo de diagnóstico e tratamento. Objetivo: Compreender a trajetória terapêutica do adolescente atingido pela hanseníase do diagnóstico ao tratamento da doença. Materiais e Métodos: Estudo qualitativo, descritivo por meio da história oral: realizado no município de Jaboatão dos Guararapes-PE, com quatro sujeitos, uma portadora de hanseníase, uma familiar e dois voluntários do Morhan. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e documentos e analisados por meio da análise de conteúdo. Resultados: F.S.F., 18 anos, residente em Jaboatão dos Guararapes – PE. Estudou até o 5° ano, incompleto. Os primeiros sinais e sintomas da Hanseníase surgiram aos 14 anos, com mancha na região das costas, diagnosticado como “pano branco” na Unidade de Saúde da Família. A mancha persistiu. A doença evoluiu. Houve suspeição de hanseníase por um vizinho que sugeriu procurar unidade de referência. Foi confirmada hanseníase do tipo wirchowiana. O tratamento foi iniciado e concluído no período de um ano. Atualmente refere dores nas mãos e ferida puntiforme em calcâneo esquerdo. Devido ao grau de incapacidade, foi encaminhada a Previdência Social. Durante o tratamento, uma voluntária do Morhan encontrou a jovem por intermédio da Unidade de Saúde, o que contribui para orientar a família a respeito da doença e de seus direitos. Conclusões: A partir do caso em estudo observa-se que o diagnóstico precoce é essencial para a prevenção de incapacidades e controle da doença. Nota-se que o há uma cadeia de transmissão intrafamiliar e vizinhança. Por isso é fundamental a clínica ampliada, por meio de um cuidado integral que fortaleça a rede de apoio social e de educação em saúde nos municípios para a diminuição da prevalência e incidência de casos em crianças e adolescentes.
Palavras-chave
Hanseníase; Adolescente; Diagnóstico