Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A CRIANÇA COM ENCEFALOPATIA CRÔNICA NA INFANCIA NA ESCOLA: IDENTIFICANDO OS DESAFIOS
Karla de Toledo Candido Muller, Débora Francieli Ribeiro Loschi, Dieisy Ribeiro Dias, Patrícia Erhart Pereira

Resumo


Introdução: Para crianças com deficiência física, a inclusão escolar bem sucedida vai além dos processos de ensino-aprendizagem, de adaptações do ambiente físico e integração social ao ambiente escolar; implica em mudanças de conceitos e atitudes dos professores, colegas e pais, e da intersetorialidade entre profissionais da saúde e educação. Objetivo: Este estudo investigou os motivos de crianças com Encefalopatia Crônica da Infância, em tratamento em uma clínica escola, frequentarem ou não o ensino regular, correlacioná-los à independência funcional da criança e identificar a linha de cuidado estabelecida neste processo. Método: O estudo foi realizado em Campo Grande – MS, no ano 2012, com pais de 17 crianças entre 3 a 14 anos, com diagnostico de Encefalopatia Crônica da Infância. Estes responderam a uma entrevista semiestruturada sobre as características sócio demográficas da família, a escolarização da criança, como se deu o processo de inserção escolar, os profissionais envolvidos, assim como os motivos relacionados a sua manutenção ou exclusão do ensino regular. A independência foi identificada pela escala GMFCS - Gross Motor Function Classification System e correlacionada com as fragilidades e potencialidades no processo de inclusão. Todos os pais receberam e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Foi observado que a maioria das crianças participantes do estudo (82,35%) estavam inclusas no ensino regular (educação infantil e ensino fundamental) por chegarem a idade preconizada, devido a necessidade de trabalho dos pais, pelo desejo destes frente a alfabetização ou por influência do fisioterapeuta que os orientou. Porém, 17,65% (n=3) das crianças não frequentavam ambiente escolar por medo dos pais de colocá-los ou porque sua dependência dificultava o processo inclusivo, uma vez que a maioria destas era totalmente dependente para suas atividades funcionais (GMFCS nível V). Conclusão: A maioria das crianças participantes frequentava a escola, superando as expectativas iniciais deste estudo e apesar de não receberem cuidados específicos de profissionais da saúde. Seus pais conheciam os direitos de inclusão de seus filhos, mas não identificaram ações integradas entre saúde e escola. Fica clara a necessidade de se estabelecer uma linha de cuidado mais efetiva na inclusão escolar de crianças com Encefalopatia Crônica da Infância de Campo Grande – MS, garantindo um cuidado integral destas crianças.

Palavras-chave


INCLUSÃO ESCOLAR, PARALISIA CEREBRAL, LINHA DE CUIDADO

Referências


  1. CANOTILHO M. M.. A integração de crianças portadoras de deficiência física no ensino regular segundo a perspectiva de seus pais. Rev. Bras. De Educação Especial, 2002 8(1): 15-26.
  2. SILVA L. J. A. L., MAZZOTTA M. J. S. Importância da Inclusão Escolar na Reabilitação Terapêutica de Crianças com Paralisia Cerebral, Cadernos de Pós-Graduação em Distrúrbios de Desenvolvimento. São Paulo, 2009 9(1): 9-32.
  3. SOUZA, C. C. Concepção do professor sobre o aluno com paralisia cerebral e sua inclusão no ensino regular.  Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2005. 111p