Resumo
Caracterização do problema: A formação de profissionais da saúde na perspectiva da integralidade da atenção à saúde e comprometida com a implantação do Sistema Único (SUS) é um desafio. A Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS/Campus Passo Fundo é a primeira a iniciar a formação médica do Plano de Expansão das Escolas Médicas lançado Ministério da Educação. Uma conquista da articulação e mobilização social, popular e institucional, combinada com a oportunidade histórica de expansão do ensino superior, com a capacidade aglutinadora e gestora da UFFS. A combinação de várias estratégias político-pedagógicas articuladas com o SUS revelam elementos inovadores deste processo formativo. Descrição da experiência: A UFFS inicia o Curso de Medicina em meio à diversidade e os desafios de formação de médicos comprometidos com o SUS e sua implementação nos municípios do Brasil, articulados com os desafios mundiais da medicina e das ciências da saúde. Traz no seu embrião o compromisso com a vida, a saúde, a justiça, a solidariedade e a construção de sistemas universais e públicos de atenção integral à saúde dos povos. Busca a articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão com a integração entre ensino-serviço-comunidade. Efeitos alcançados: A diversidade de segmentos sociais que se inseriram como estudantes neste curso que viabilizou o acesso aos que freqüentaram escola pública, aos setores empobrecidos e a diversidade étnico-racial é um dos diferenciais deste curso. Outro elemento relevante é a insersão orgânica da Universidade nos sistemas municipais de saúde através da imersão no cotidiano do SUS, tendo como base as vivências do VER SUS, vem possibilitando a qualificação dos estudantes, dos serviços de saúde, de trabalhadores, gestores e das comunidades onde os estudantes estão inseridos. O recente, breve e intenso processo de formação médica iniciado há um mês já vem tecendo redes solidárias, institucionais e acolhedoras, vem revelando as contradições presentes no SUS e na sociedade e apontando desafios para a formação médica. Recomendações: Esta experiência é desafiadora e requer educação permanente dos docentes, técnicos, preceptores, gestores e atores sociais envolvidos nos processos de vivências no SUS, assim como, a qualificação dos processos educativos e dos instrumentos de produção de conhecimentos que articulam o cotidiano do SUS com os saberes já acumulados e sistematizados historicamente nas diversas áreas necessárias à formação médica atual.