Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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ATENÇÃO AOS ADOLESCENTES E JOVENS PRESTADA POR PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA 18ª REGIÃO DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ – IGUATU
Adriana Alves da Silva, Camila Almeida Neves Oliveira, Keitiane Amorim de Souza Sampaio, Cidevalda Pedrosa Mota, Delane Uchôa Amorim

Resumo


Introdução. A conquista e o reconhecimento de adolescentes e jovens como sujeitos de direitos na sociedade brasileira é bem recente. Na área da saúde, as primeiras iniciativas de trabalho com esta população, nesta linha de direitos, se deram por meio do Programa de Saúde do Adolescente - PROSAD em 1989. Na década atual, são conquistas destacadas, a Política Nacional de Juventude e a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens. Objetivo. Com o presente estudo objetivou-se analisar as práticas de saúde dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF), voltadas para a assistência à saúde de adolescentes e jovens nos municípios que compõem a 18ª Região de Saúde do Estado do Ceará - Iguatu. Metodologia. A pesquisa ancorou-se nos pressupostos da metodologia qualitativa e teve como sujeitos participantes os profissionais da ESF dos municípios envolvidos. Os dados empíricos foram coletados em entrevistas, sendo os resultados discutidos mediante a análise de conteúdo, referenciados nas diretrizes da atenção integral à saúde de adolescentes e jovens. Resultados. Como resultados destaca-se que, dos municípios que compõem a 18ª Região de Saúde do Estado do Ceará - Iguaru, apenas quatro têm ESF desenvolvendo práticas individuais e coletivas com adolescentes e jovens. Verificou-se também que não há uma política específica para atenção à saúde desta clientela e as práticas dos profissionais da ESF buscam muito mais a normatização da vida dos adolescentes e jovens do que propriamente potencializar sua emancipação. A ênfase está nas ações de orientação, imbuídas da noção de que o modo de viver de adolescentes e jovens, por si só, é propiciador de perigo, e por isso, essas orientações devem ser indicativas de alerta, advertência e recomendação. Conclusão. A atenção à saúde de adolescentes e jovens, à luz da integralidade, ainda se constitui para os profissionais da ESF um desafio, carecendo estes de qualificação nesta área, para que as ações possam de fato contribuir para o desenvolvimento saudável dos adolescentes.

Palavras-chave


Adolescência; Juventude; Atenção Integral; Atenção Primária

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