Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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EXPERIÊNCIA DE UM GRUPO DE TERAPIA OCUPACIONAL EM UMA UTI-NEONATAL: O CUIDAR DE QUEM CUIDA
Solange Rezende Rabelo de Souza, Maria Augusta Silva

Resumo


Os avanços científicos e tecnológicos vêm possibilitando a sobrevida de crianças com idade gestacional e peso cada vez menores, antes consideradas inviáveis. Considerando que os pais são os principais cuidadores e de presença fundamental no processo de recuperação do RN, ressalta-se que estes merecem atenção especial dos profissionais de saúde, por apresentarem dificuldades para cuidar do filho, encontrarem-se prejudicados na auto-estima e autoconfiança. Portanto é necessário que atenção integral seja dada, aos pais que vivenciam a experiência de UTI neonatal. E para isto destaca-se a realização de grupos terapêuticos na rotina de atendimento, nos quais a intervenção terapêutica ocupacional tem como objetivos a ocorrência de projeções, a exteriorização de sentimentos, as relações interpessoais e intergrupais visando o convívio na sociedade e relacionamentos, além de orientações sempre que necessárias. Trata-se de um relato de experiência sobre um trabalho realizado pelo setor de Terapia Ocupacional, através de um grupo de oficina terapêutica destinada aos pais de uma UTI Neonatal, realizado através de 6 encontros no período de junho a agosto de 2013. Durante a realização dos grupos foi descrita a construção de um modelo de criança “perfeita” pelos pais para a chegada do bebê, e uma série de planejamentos e expectativas diante do novo integrante do grupo familiar. No entanto esse processo pode se transformar num desafio muito maior, em circunstâncias especiais, como, por exemplo, na constatação de alguma patologia na criança esperada. Entretanto, ao ter a oportunidade de vivenciar a experiência do grupo, este se torna um espaço de troca de experiências entre os familiares, de esclarecimentos e compreensão do processo de adoecimento de seus filhos. Por diversas vezes, este foi descrito como um acontecimento importante e necessário no hospital para o enfrentamento da situação, onde se fortaleciam, adquiriam tranquilidade, segurança e conscientização; e acima de tudo se sentiam cuidados, em um momento onde muitos se encontravam distantes de sua rede de suporte familiar. Ressalta-se, ainda, que este funciona como um espaço onde os participantes tiveram a possibilidade de experimentar outras formas de se relacionar e de vivenciar situações inéditas relativas ao fazer, possibilitando um sentido e um significado.

Palavras-chave


grupo; neonatologia; terapia ocupacional