Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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TRANSFORMAÇÃO DA GESTÃO E DOS RECURSOS HUMANOS EM SAÚDE: CONSIDERAÇÕES PARA OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO E GESTÃO PÚBLICA
Monique da Costa Sandin Bartole, Mariana Beatriz Arcuri, Adriana Nunes Chaves, Suzelaine Tanji, André Vianna Martins, Viviane Freitas, Valdir Paulino Pinheiro da Costa

Resumo


Ao considerarmos o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) como uma ação interministerial que passa a atuar de modo concomitante ao Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (PRÓ-Saúde) e como uma política convergente ao lado de outras iniciativas como UnaSUS e o Telessaúde, temos a percepção do desejo no âmbito federal para a qualificação dos profissionais da área da saúde e, assim, de seus serviços ofertados. O desafio da educação e a transformação do sistema de saúde através do trabalho perpassam por alguns pontos:1) a consolidação das Diretrizes Nacionais Curriculares, orientadoras da formação dos Recursos Humanos em Saúde (RHS); 2) as metodologias ativas de ensino e aprendizagem, que apresenta a dicotomia arraigada entre a técnica profissional diante da práxis cotidiana nos serviços, onde as questões sociais e coletivas perpassam as necessidades clínicas e orgânicas e agora se apresenta como uma ferramenta de ruptura (necessária) da tradição pedagógica nos aparelhos formadores de RHS; 3) a Educação Permanente como instrumento de gestão pública fundamental no acompanhamento da micropolítica em saúde capaz de potencializar a reforma necessária e alavancar processos de co-gestão, especialmente na integração do ensino e o serviço; 4) a Comissão Gestora Local, instância fundamental para o acompanhamento das ações em saúde. Acerca da formação de RHS, o programa PET-Saúde oportuniza a aproximação da rede de atenção da saúde considerando suas múltiplas facetas: sociais, culturais, econômicas, dinâmicas profissionais, conhecimentos e vivências, encontros e desencontros. Talvez, o maior desafio está em realizar a transformação. De um lado estão os acadêmicos que, ao se depararem com o sistema de saúde integram equipes e serviços, conhecem processos nos diferentes níveis de atenção e complexidade, enfim, desenvolvem competências e habilidades profissionais mais humanizados, sentem-se felizes por estabelecer elos com pessoas reais. De outro, estão os trabalhadores da saúde que devem estar abertos para o novo, perceber as demandas dos estudantes e dos usuários do sistema, orientar e encorajar a todos para atuar na lógica da saúde ampliada. Na outra ponta, estão a gestão local e o aparelho formador de RHS; é preponderante haver articulação entre ambos e envolver todos os gestores, garantir fala e escuta qualificadas, superar as dificuldades, definir objetivos comuns e sobre tudo, priorizar o cuidado centrado no usuário.

Palavras-chave


Educação na Saúde; Gestão Pública; Recursos Humanos na Saúde

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