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O Ministério da Saúde (MS) ao eleger como modelo a criação de uma política pública de saúde para a população em situação de rua em convergência com as diretrizes da atenção básica e a lógica da atenção psicossocial com sua proposição de trabalhar a redução de danos, assume legitimamente a responsabilidade da promoção da equidade, garantindo o acesso dessa população às outras possibilidades de atendimento no SUS, com a implantação dos Consultórios na Rua. Frente a essa realidade, buscou-se instrumentalizar os profissionais de saúde, na perspectiva da promoção do cuidado à população em situação de rua no cotidiano da sua prática profissional. Neste contexto, tornava-se imperativo realizar um processo formativo que ajudasse a repensar os saberes e práticas dos profissionais para atuação junto ao cuidado integral para a população em situação de rua. O objetivo desse trabalho, portanto, é socializar as experiências do curso de Capacitação de profissionais de saúde para atuação em Consultórios de Rua, integrante do projeto “Qualificação de Profissionais de Saúde para atuação em Saúde Mental e na atenção a usuários de crack, álcool e outras drogas”, em parceria com o MS. Estão previstas, até 2014, 04 turmas com 50 alunos, pactuadas com os gestores dos municípios da região metropolitana de Fortaleza. Como metodologia para elaboração do curso, foram realizadas oficinas junto à Coordenadoria de Políticas sobre Drogas de Fortaleza e com a participação de outros equipamentos sociais que atuam junto à população em situação de rua. Além disso, foram realizadas oficinas de elaboração de currículo utilizando a metodologia baseada em problemas, junto à professores colaboradores. Na formação foram utilizadas metodologias ativas como exposições dialogadas, oficina de redução de danos e de abordagem de rua, visita a campo, vídeo debate, sistematização e elaboração de cartografias. Ao final da formação foi realizada uma avaliação coletiva com a participação de atores chaves que ajudaram na construção do curso de forma a subsidiar as mudanças necessárias ao longo do processo de execução. Através dessa proposta, acreditamos incentivar a descentralização das formações para o interior do estado, a sensibilização para com as necessidades da população em situação de rua, o fortalecimento do cuidado integral à saúde, o estímulo a práticas inovadoras, criativas e éticas no cuidado em saúde, a diminuição do estigma e preconceito, a troca de experiências profissionais e o estímulo à participação social.

Educação; Saúde; População em situação de rua;