Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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PRODUÇÃO DE INOVAÇÃO NO MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE NA UNIFESP CAMPUS BAIXADA SANTISTA: A METODOLOGIA DOS ESCRIBAS
Rosilda Mendes, Flavia Liberman, Maria Fernanda Petroli Frutuoso, Laura Camara Lima, Ana Rojas Acosta

Resumo


O mestrado profissional é muito recente no sistema de pós-graduação brasileiro. Na área de saúde, a discussão desta modalidade de mestrado está relacionada à constatação da necessidade de estreitamento das relações entre as instituições de ensino e os serviços, e à possibilidade de qualificação de profissionais que possam responder às exigências do trabalho com vistas à produção de conhecimento a partir das vivências profissionais. Na Universidade Federal de São Paulo, o MP Ensino em Ciências da Saúde foi criado em 2008 e tornou-se um Programa intercampi iniciando suas atividades em 2012 no campus Baixada Santista. Dentre os subsídios teóricos e metodológicos propostos destacamos a disciplina Grupo de Estudos e Pesquisas sobre as Práticas (GEPPRA), que tem como proposta o exercício coletivo e reflexivo dos profissionais sobre a prática. Os objetivos são os de habilitar os profissionais a produzir uma crítica de sua atuação, além de fornecer subsídios para uma análise das relações nas equipes de trabalho e das políticas institucionais. A matéria prima do GEPPRA são as experiências vividas pelos profissionais, que serão compartilhadas durante a formação e virão a ser objeto de reflexão teórico-prática e de elaboração de estudos e intervenções. Para promover a problematização dos conteúdos emergentes na disciplina foi elaborada a metodologia dos escribas. Esta ferramenta trata de registros tecidos por estudantes e docentes em cada aula e retomados no encontro posterior. O estudo de tal material produziu uma reflexão sobre a ferramenta, sobre os efeitos do GEPPRA e suas ressonâncias na prática. Os escribas afirmaram a multiplicidade dos efeitos produzidos em cada um e no grupo a partir das diferentes metodologias de ensino-aprendizagem utilizadas no GEPPRA. Se de um lado serviu para destacar aspectos da disciplina, também expressou a complexidade do ato de escrever, de colocar em palavras as experiências, captação de aspectos importantes para o campo da formação em saúde, pois afirmaram o distanciamento de um ensino focado na “passagem de informações” para um processo ativo de produção de conhecimento, corporificado, intenso e que produz deslocamentos nos modos de pensar, sentir e agir. A metodologia dos escribas mostrou-se como uma experiência potente e inovadora na formação da pós-graduação reforçando a importância dos profissionais implicados em seus diferentes campos de atuação como protagonistas na transformação de si e de suas realidades.

Palavras-chave


educação; trabalho, metodologia problematizadora