Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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FONTES DE (IN)SATISFAÇÃO NO TRABALHO EM ONCOLOGIA NO CONTEXTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Maiara Bordignon, Letícia de Lima Trindade, Lucimare Ferraz, Tania Maria Ascari, Micheli Bordignon

Resumo


Introdução: a satisfação profissional é definida pelo quanto que o trabalhador vivencia experiências prazerosas no contexto de sua profissão1 e tem sido associada ao absenteísmo e rotatividade que possuem implicações na qualidade do cuidado em saúde. Objetivo: identificar os aspectos do trabalho dos profissionais de saúde que permitem a realização de um trabalho com maior ou menor satisfação na Unidade de Internação Oncológica. Método: pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, realizada com profissionais que prestam assistência direta ao paciente da Unidade de Internação Oncológica de um Hospital do Estado de Santa Catarina, que atende majoritariamente no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo envolveu 31 profissionais entre assistente social, enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico, nutricionista, psicólogo e técnico em enfermagem, selecionados mediante critérios. A coleta de dados ocorreu em junho de 2013 utilizando-se de observação não-participante da dinâmica de trabalho da equipe de enfermagem e entrevista semi-estruturada, analisada à luz de Bardin3 e fundamentada na Psicodinâmica do Trabalho. A aprovação deu-se no Comitê de Ética da Universidade do Estado de Santa Catarina (nº 275.106/2013). Resultados: a principal fonte de satisfação para os trabalhadores de saúde que atuam na oncologia é a melhora do paciente, sua recuperação, cura ou controle da doença, e a associam como contribuição da assistência por eles prestada. A afinidade com a oncologia, o reconhecimento do paciente, a possibilidade de ajudar o outro e prestar atendimento de qualidade, trabalho em equipe, e a satisfação do paciente, mostraram-se ainda como aspectos de satisfação. Nas fontes de insatisfação identificaram-se predominantemente o ambiente e as condições de trabalho, a saber: sobrecarga de trabalho, baixa remuneração, dificuldades no trabalho em equipe e más condições de permanência do acompanhante ao lado do paciente. Além do óbito do paciente, e da rede e sistema de saúde pela demora nos encaminhamentos à alta complexidade, pouca agilidade de exames e medicações e ações limitadas na prevenção e diagnóstico precoce do câncer. Conclusão: melhorias na estrutura física e tecnológica, adaptações nos recursos humanos, suporte psicológico e abordagem do processo de finitude humana com os profissionais da oncologia, mostram-se relevantes para promoção da satisfação profissional no contexto investigado.

Palavras-chave


satisfação no trabalho; oncologia;

Referências


  1. SIQUEIRA, M. M. Medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico de gestão. Porto Alegre: Artmed; 2008.
  2. LOCKE, E. A. The nature and causes of job satisfaction. In: DUNNETTE, M. D. (Editor). Handbook of industrial and organizational psychology. [S.l.]: Rand McNally College Publishing, 1976.
  3. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Tradução: Luis Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70; 2009.