Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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O USO DAS TECNOLOGIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE PARA ASSISTIR OS GRUPOS VULNERÁVEIS
Letícia de Lima Trindade, Maiara Bordignon, Lucimare Ferraz, Carine Vendruscolo

Resumo


Na produção da assistência à saúde é importante que ocorra a integração dos saberes e da dimensão tecnológica, dada a complexidade das demandas de saúde-doença da população, especialmente dos grupos em situação de vulnerabilidade atendidos na Atenção Básica à Saúde (AB). As tecnologias em saúde são ferramentas da atuação (máquinas, equipamentos, acolhimento e formação de vínculo) com as quais se busca atingir determinado produto2 e têm-se mostrado como facilitadoras na obtenção de informações e qualificação da assistência aos indivíduos vulneráveis. Objetivo: identificar as tecnologias materiais e não-materiais3 utilizadas pelos profissionais da AB para assistir os indivíduos e grupo em situação de vulnerabilidade. Método: estudo qualitativo, descritivo, do qual participaram enfermeiros, médicos e técnicos ou auxiliares de enfermagem de cinco serviços da AB: Estratégia de Saúde da Família da área rural, urbana, e em Terra Indígena, unidade de saúde sem a presença da ESF e Centro de Atenção Psicossocial II. A coleta de dados ocorreu entre agosto de 2012 e agosto de 2013, a partir de entrevistas, registradas em gravador digital, transcritas e analisadas conforme a Análise Temática4. O estudo teve apoio financeiro do CNPq e foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Estado de Santa Catarina, nº 149.244/2012. Resultados: entre as tecnologias materiais utilizadas pelos profissionais na assistência aos grupos vulneráveis, estão os exames laboratoriais, aparelhos clínicos e de mídia, folders, banners e impressos em geral, que representam os recursos comuns do cotidiano das equipes da AB. Nas tecnologias não-materiais destacaram-se: a consulta médica, comunicação verbal, tecnologia de grupo, visitas domiciliares e acolhimento. Identificou-se a escassez de recursos materiais e não-materiais na prática profissional o que desfavorece a assistência frente a vulnerabilidade, a dificuldade na obtenção das tecnologias materiais e a carência de habilidades de comunicação para atuar com as populações vulneráveis, vislumbrando fragilidades no processo de formação acadêmica e permanente dos profissionais de saúde. Conclusão: investimentos nas tecnologias em saúde se mostram necessários, na tentativa de fornecer suporte à assistência cotidiana aos grupos vulneráveis, conferindo maior resolubilidade e qualidade no cuidado, aumento da satisfação no trabalho e minimização do desgaste dos profissionais.

Palavras-chave


Populações Vulneráveis; Gestão de ciência, tecnologia e inovação em saúde; Atenção Primária à Saúde;

Referências


  1. Bertussi DC. O apoio matricial rizomático e a produção de coletivos na gestão municipal em saúde. Tese (Doutorado em Clínica Médica). Faculdade Federal do Rio de Janeiro; Rio de Janeiro; 2010.
  2. Silva DC, Alvim NAT, Figueiredo PA. Tecnologias leves em saúde e sua relação com o cuidado de enfermagem hospitalar. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. 2008; 12(2): 291-8.
  3. Paim JS. Vigilância da saúde: tendências de reorientação de modelos assistenciais para a promoção da saúde. In: Czeresnia D, Freitas CM. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro; Fiocruz; 2005. p. 519-30.
  4. Bardin L. Análise de conteúdo. Tradução: Luis Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70; 2009.