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Introdução: A Organização Mundial da Saúde estima 358 mil mortes de mulheres por causas maternas em todo o mundo. Deste, 355 mil mortes ocorreram em países em desenvolvimento. No Brasil a razão da mortalidade materna (RMM) foi de 58 mortes por 100 mil nascidos vivos e o risco de uma mulher morrer por causas maternas é de 860 mortes por mil nascidos vivos, configurando-se em um problema de saúde pública.O conhecimento sobre mortalidade materna e morbidade materna grave como possível indicador de óbito tem apontado no sentido de que as intervenções dirigidas somente para a redução de óbitos maternos não tem alcançado objetivo em médio prazo nos países em desenvolvimento.Objetivo:Analisar o perfil demográfico e a classificação segundo critérios near miss das mulheres internadas por morbidade materna em UTI. Método: Estudo descritivo, retrospectivo. Foram avaliadas as mulheres internadas por causas obstétricas. A presença de indicativos de morbidade materna grave foi analisada conforme critérios de Waterstone et al. (2001)e os critérios de Mantel et al.(1998). O desfecho da internação também foi avaliado, sendo descrito como alta da UTI ou óbito. Para a análise de associação entre as variáveis foram utilizados testes estatísticos (teste Qui-Quadrado de Homogeneidade e teste Exato de Fisher) com nível de significância 5%. A análise dos dados foi realizada por meio do programa Statistica 7.0 e Epi Info 3.5.1. Resultados: No período estudado, 173 mulheres foram internadas na UTI. De acordo com os cinco fatores para avaliação de morbidade materna grave pelos critérios utilizados foram identificadas 46 mulheres internadas na UTI com causas obstétricas sendo que, 28 mulheres (60,9%) com morbidade materna near miss e 18 (39,1%) com outras morbidades graves. De acordo com a classificação da OMS, 26 mulheres (56,5%) foram classificadas em Near Miss grave. As razões de morbidade materna grave/near miss neste estudo variou de 2,18 a 2,19 por 1.000 NV, dependendo do critério utilizado. Não foi observada diferença significativa entre os subgrupos, embora tenha verificado que a morbidade materna near miss esteve presente com maior frequência nas mulheres com idade de 20 a 29 e >40 anos, que realizaram procedimento de curetagem/aborto, que apresentavam mais de três gestações, mais de um aborto prévio e estavam no período do puerpério. Conclusão: A identificação dos fatores associados à morbidade materna grave indica a necessidade de uma assistência diferenciada e preventiva.

Near miss; Morbidade materna grave; Mortalidade materna.