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INTERPRETAÇÃO DO COMPORTAMENTO DO PACIENTE PEDIÁTRICO ONCOLÓGICO: INVERSÃO DE PAPÉIS DURANTE AS BRINCADEIRAS
Resumo
Caracterização do problema: A intensa rotina de hospitalização de crianças com câncer afeta, negativamente, a infância, período fundamental para o desenvolvimento psicossocial do ser humano. Além disso, o profissional de saúde, como figura basilar no processo do tratamento da criança, pode ser rejeitado pelo paciente infantil, concomitantemente, com os instrumentos que o auxiliam. Assim, surge o brincar, como meio de compreender as situações vividas no ambiente hospitalar ou em casas de apoio. Dessa forma, utiliza-se esse recurso como estratégia terapêutica e instrumento educativo. Descrição da experiência: Acadêmicos de medicina, integrantes do Projeto Plantão Alegre, personificados de palhaços doutores, estiveram em uma casa de apoio a fim de desenvolver um trabalho de humanização aliado à brinquedoterapia e ao teatro. Dentre as dinâmicas, a simulação na qual a criança incorpora o profissional de saúde e faz o diagnóstico de uma suposta patologia de sua boneca, é uma das preferidas. O jaleco, o estetoscópio de brinquedo, o lápis que simboliza o termômetro, a injeção de plástico são os instrumentos utilizados. Durante a dramatização, as crianças usaram expressões repetidas em seu cotidiano hospitalar: centro cirúrgico, dor, exame de sangue, quimioterapia, agulha. Também foi observado que todas as crianças manifestaram prognóstico positivo para o doente simulado e se auto- intitulavam doutoras, mesmo aquelas que já haviam demonstrado medo de palhaços, devido à vestimenta. Efeitos alcançados: Situações como essa permitem que a criança se projete na brincadeira, e, a partir daí, verbalizem seus sentimentos, exteriorizem ansiedades e receios. Além disso, promove maior empatia na relação médico-paciente. Recomendações: Faz-se necessário incentivar o uso do brinquedo como alternativa para que o paciente oncológico ou portador de doença crônica seja ciente das repercussões físicas e psicológicas que o tratamento e a vivência no ambiente hospitalar podem gerar.