Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


Tamanho da fonte: 
SUPERVISÃO COLETIVA: UMA CLÍNICA DA CLÍNICA
Camila Araujo Andrade

Resumo


A supervisão clínica é uma prática comum durante a graduação de profissionais que trabalharam nessa área, como é o caso de psicólogos, psiquiatras, entre outros. No entanto após a formação destes, a supervisão passa a ser uma prática utilizada apenas em situações pontuais, que consistem em auxílio para casos mais graves. No entanto, a prática clínica, por lidar com a singularidade dos processos de subjetivação, também é um processo em constante diferenciação. Sendo assim, o clínico não pode considerar um momento em que sua formação se dê por concluída. Utilizando os referenciais da Clínica da Atividade, numa abordagem transdisciplinar da clínica, esse trabalho tem como objetivo afirmar a supervisão como dispositivo que faz o clínico pensar sua atividade clínica e a partir daí, desenvolver esta atividade, aumentando seu poder de agir. Este trabalho parte de uma visão do que é clínica e de quem pode ser considerado clínico e se propõe a questionar a supervisão como o momento da transmissão de um “super-visor”, que carrega um saber, para alguém que sabe menos. Pensa a supervisão como transversal, coletiva, onde a ênfase está no diálogo, utilizando a teoria do dialogismo de Mikhail Bakhtin. Os diários de campo da pesquisadora, enquanto participante de rodas de supervisão, são apresentados como instrumento que torna visível o diálogo que se estabelece entre o clínico e a supervisão, assim como com outros interlocutores, proporcionando o desenvolvimento do profissional da clínica. Pretende-se afirmar que há um gênero clínico, que atravessa diversos ofícios e que por meio da supervisão coletiva é tornado visível, podendo ser transformado, o que o fortalece. Este trabalho afirma a supervisão coletiva como parte da clínica. Em consonância, com os pressupostos do SUS, onde o trabalho em equipes multiprofissionais é extremamente difundido e valorizado, este trabalho procura contribuir para o fortalecimento dessas equipes, ao questionar a supervisão como possuindo lugares hierárquicos marcados, e apostando numa postura transversal.

Palavras-chave


supervisão; clínica; clínica da atividade, transdisciplinaridade

Referências


BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verba. Introdução e tradução do russo Paulo Bezerra. - 6ª ed.- São Paulo: Editora WMF Martirns Fontes, 2011.

CLOT, Yves. Trabalho e poder de agir. Belo Horizonte: Fabrefactum, 2010.