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O avanço dos serviços em saúde vem tentando alcançar a concepção de saúde atual e os princípios do SUS. Uma das principais estratégias adotadas pelo SUS é a Clínica Ampliada, que traz consigo possibilidades de atuação condizentes com a proposta do sistema de saúde brasileiro. Nesse sentido, a Residência Multiprofissional em Saúde da Família em Sobral/CE vem se destacando, por provocar (no sentido de empoderamento) que os trabalhadores entendam a necessidade de atuação com base na Clínica Ampliada. O município conta com a atuação de dez categorias profissionais diferentes, sendo duas turmas simultâneas. A experiência vivenciada ocorre desde o dia 01 de março de 2012 até os dias atuais. Nesse contexto, foram desenvolvidas no âmbito da Estratégia Saúde da Família ações como: (i) o Apoio Matricial, por parte dos profissionais do NASF e dos profissionais do CAPS às equipes de referência; (ii) o Projeto Terapêutico Singular, em que se estabelece o diálogo entre os diversos co-responsáveis (profissionais e usuários) e se faz uso de algumas ferramentas, como o genograma e o ecomapa; (iii) a interconsulta, consolidando a atuação interprofissional; (iv) a intervisita, buscando com diversos profissionais contemplar a integralidade; (v) o compartilhamento dos casos, com turno específico para este fim. Nessa empreitada, foram enfrentadas várias dificuldades, tais como a demanda programada e espontânea excessiva para a equipe de referência; a falta de profissionais Médicos; a resistência por parte de alguns trabalhadores a mudanças em sua tradicional forma de atuar. Ressalta-se como principal fruto dessa intervenção as mudanças positivas direcionadas à humanização dos serviços de saúde na realidade em que foi desenvolvida a vivência, bem como a transformação das práticas equilibrada nos pilares da Educação Permanente, Participação Social e Integralidade. Recomendamos que os demais residentes em saúde atuem nos respectivos cenários de práticas, tendo em vista a continuidade das ações após o seu período de bolsista. Além disso, essas intervenções não podem ter por base ‘facilitar’, muito menos ‘ensinar’ os trabalhadores em saúde as diretrizes da Clínica Ampliada, mas sim de provocar o empoderamento dos sujeitos (trabalhadores e usuários).

SUS; Educação Permanente; Humanização em Saúde.