Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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“ECO”MAPA DE CUIDADORES FAMILIARES DE CRIANÇAS QUE TEM HIV/AIDS EM TERAPIA ANTIRETROVIRAL
Tassiana Potrich, Cristiane Cardoso de Paula

Resumo


A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) se caracteriza por sua cronicidade, que implica no desafio da adesão ao tratamento com terapia antirretroviral (TARV), aliado à feminilização da doença que ocasiona um aumento de casos de infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em mulheres e crianças. A criança que tem HIV/Aids e necessita fazer uso dos antirretrovirais (ARV) não possui maturidade para compreender o processo que envolve a terapia, necessitando assim, de um cuidador. Nesse cenário, o familiar cuidador de criança que tem HIV/Aids precisa se adaptar às demandas de cuidado que vão desde questões de crescimento e desenvolvimento infantil até especificidades que a condição sorológica demanda. Assim, julga-se necessário conhecer quem participa do cuidado à criança que tem HIV/Aids em TARV e que relações são estabelecidas para isso. Deste modo, tem-se como objetivo descrever a utilização do ecomapa com familiares cuidadores de crianças que tem HIV/Aids.  A utilização do ecomapa possibilita visualizarmos as relações e as redes que a família estabelece como forma de apoio no processo de cuidado à criança que tem HIV/Aids em TARV. Percebe-se que as relações existentes na família da criança que tem HIV/Aids são pouco expressivas, sendo, na grande parte dos casos relacionada apenas aos serviços especializados de saúde. Escolas, instituições, vizinhança, círculo de amigos não são visualizados. Essa situação pode encontrar sua justificativa no fato de que, com medo do preconceito, o cuidador familiar muitas vezes não revela a condição sorológica da criança evitando estabelecer relações com outros atores, pois a rotina da criança que tem HIV/Aids em TARV é modificada, podendo gerar questionamentos. Assim, o cuidador familiar toma para si todas as demandas de cuidado como forma de precaução e proteção. Nesse sentido se faz necessária a atuação efetiva do profissional enfermeiro nestes espaços, reconhecendo e identificando as dificuldades apresentadas por estas famílias diagnosticando suas possíveis necessidades, para a partir daí, planejar estratégias de intervenção, implementação de ações e avaliação dos resultados. Desta forma, a utilização destes instrumentos se apresenta como uma forma de subsidiar o cuidado a essas crianças, empoderar os familiares cuidadores, criando assim melhores condições de vida para ambos.