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Este trabalho destina-se a relatar a experiência do trabalho de grupos de saúde sexual e reprodutiva com adolescentes de uma Escola do Rio de Janeiro, feita pelos residentes de um programa de Residência em saúde da mulher.  Os profissionais que desenvolvem ações apenas na busca de solução para os problemas individuais e no alívio da tensão, se limitam ao apoio, aconselhamento e obscurecimento das relações de exploração da sociedade capitalista, e dessa forma o profissional perde a oportunidade de ser sujeito que contribui na busca de universalização e ampliação dos direitos. Visando a superação de um exercício profissional reprodutor das relações autoritárias vigentes através do envolvimento dos usuários nos processos de discussão, estes devem ser sujeitos que expressam a realidade cotidiana, e tal expressão, deve ser o material objeto de discussão e análise junto com estes sujeitos. Buscamos valorizar a conversa e a participação para que o grupo não se limitasse a repasse de informações ditadas como “oficiais” pela ciência capitalista, mas priorizamos que todos os participantes (profissionais e usuários) fossem envolvidos no processo de reflexão sobre os assuntos. Este estudo de caso foi desenvolvido com adolescentes de uma turma de ensino médio normalista, matriculados em um Colégio Estadual da rede pública do Estado do Rio de Janeiro. No primeiro encontro com a turma é abordado como é feito o trabalho em grupo, a apresentação dos residentes e informado aos adolescentes que a participação não é obrigatória. Este trabalho com os adolescentes é de suma importância, pois a adolescência é a etapa da vida na qual o adolescente caminha para a idade adulta questionando a todo o momento a realidade a sua volta, bem como é a fase em que acontece a descoberta da sexualidade, sendo um elemento estruturador da identidade (SOUZA et al, 2007). Durante os 5 encontros que realizamos discutimos temáticas escolhidas pelos adolescentes com grupos participativos e/ou rodas de conversas e utilização de dinâmicas. Este estudo se originou pela motivação, como residentes em saúde da mulher, pelas questões abordadas durante os grupos que foram realizados no Colégio Estadual. O estudo de caso aqui relatado mostra que há algo urgente e imperioso de ser tratado: a falta de conhecimento aliada á grande dificuldade em mudar os equivocados, principalmente quando um conceito errôneo foi abordado por um professor, pois é a escola o melhor lugar para que essas mudanças comecem e possam acontecer. Nesse sentido todos os esforços devem estar voltados para que campanhas educativas supram a falta de informação, tornando os jovens, indivíduos mais críticos e autônomos com a sua saúde.

Sexualidade; adolescência; Residência.