Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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REUNIÃO DE EQUIPE: O CASO DO NÚCLEO DE PLANEJAMENTO E REGULAÇÃO DA 4CRS/SES/RS.
Flavia Costa da Silva

Resumo


Neste trabalho abordo minha entrada, em 2011, para a gestão da quarta Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS), que possui, sob sua administração, 32 municípios divididos em duas regiões de saúde, e tem como atribuição assessorar as gestões na qualificação do Sistema Único de Saúde. Entre os setores, está o Núcleo de Planejamento e Regulação com a finalidade de contratualizar prestadores de serviços, gerenciar o pagamento dos prestadores, agendar consultas e exames, operacionalizar fluxos relativos aos Relatórios de Gestão e realizar o Monitoramento e Avaliação para articular as Redes de Atenção à Saúde. Nossa diretriz era empoderar as gestões municipais frente aos prestadores de serviço. Entretanto, ao percebermos a subjetividade institucional dos colegas da CRS, o desafio aumentou. A subjetividade dominante era a da gestão que centraliza, determina e fiscaliza centrada no serviço hospitalar. Foi necessário empoderar os trabalhadores e movimentar a subjetividade instituída. A estratégia foi potencializar encontros. Nos primeiros dois meses foram ouvidos separadamente, tendo como fio condutor da conversa a concepção sobre o processo de trabalho. Após iniciaram as reuniões de equipe, que mesmo com lanche coletivo, assumiam aspecto tenso, pois à medida que as questões eram apresentadas o mapa dos desafetos, discordâncias e desconhecimento era traçado. Neste período ninguém tomava decisão, havia dificuldade em serem propositivos. Ao demandar maior capacidade resolutiva começou a aparecer os desafetos em relação a prática, que naquele momento era direcionado a minha pessoa. Então, em uma conversa aberta e horizontal, as críticas foram colocadas na roda. Naquele momento algo se transformou a ponto de quando apareceu um erro grave, trabalhamos com ele, não no sentido de culpabilizar pessoas, mas sim de entendermos como o processo de trabalho permitia que aquele tipo de erro acontecesse.Também usamos a integração ensino-serviço para promover encontro entre profissionais especializando-se para o SUS e profissionais que estavam no SUS. Após 18 reuniões aconteceu um incêndio que ocasionou a morte de 241 pessoas na cidade e demandou um enorme trabalho à CRS. A equipe tomou as providências necessárias e foi gestora de seu processo de trabalho. Neste momento, os encontros de educação em saúde acontecem com a certeza de que no bonito desafio de defender um SUS que amplie a saúde das pessoas, é preciso forjar/cuidar/ampliar/potencializar a possibilidade de um trabalho menos adoecedor, com mais sinceridade e cumplicidade no seu fazer diário e com uma prática de gestão horizontal que enxergue os trabalhadores em sua organicidade biológica/social inscritos em uma cultura.

Palavras-chave


Educação em saúde, gestão , processos de trabalho.

Referências


Relato de Experiência.