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DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DO ACOLHIMENTO DOS ACOMPANHANTES NA ÁREA AZUL DO HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE
Resumo
O Plano de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-SAÚDE)/Redes de Urgência e Emergência(RUE) objetiva subsidiar mudanças no processo ensino-aprendizagem,repensando a prática de trabalho em equipe multiprofissional com contribuição para a formação acadêmica voltada às necessidades de saúde da população com base na Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências. A palavra “acolher”, em seus vários sentidos, expressa “dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber, atender, admitir” (FERREIRA, 2005). Para Neves et al. (2010) o acolhimento está presente em todas as relações e encontros que fazemos na vida. O acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa uma ação de aproximação, um “estar com” e “perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão, de estar em relação com algo ou alguém. É exatamente no sentido da ação de “estar com” ou “próximo de” que queremos afirmar o acolhimento como uma das diretrizes de maior relevância política, ética e estética da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Articulando-se à proposta do PET-SAÚDE, o presente trabalho objetivou analisar como está sendo feito o processo de acolhimento dos acompanhantes dos pacientes da Área Azul do pronto socorro do Hospital de Urgência de Sergipe (PS-HUSE), detectar os problemas, como também identificar possíveis fatores causais e intervenções viáveis. Esse trabalho foi desenvolvido a partir da técnica de observação participante na Área Azul do PS-HUSE e de rodas de problematização e discussão entre os autores. Os resultados obtidos em nosso trabalho evidenciaram que o processo de acolhimento dos acompanhantes como previsto na PNHAH não ocorre nessa área do PS-HUSE, pois eles são mantidos em condições de desconforto, não recebem as informações necessárias e são expostos tanto a situações de risco quanto a conflitos emocionais. Para a explicação desse problema foram detectados níveis material, organizacional, estrutural, subjetivo, relacional e institucional e, frente a eles, apontaram-se propostas de ação vinculadas ao problema. Enfim, não basta garantir o direito que o paciente tenha um acompanhante, é preciso garantir espaços que possam acomodá-los e acolhê-los, sendo preciso criar novas formas de agir em saúde que levem a atenção humanizada e acolhedora aos usuários dos serviços de urgência, sejam eles pacientes ou acompanhantes.
Palavras-chave
acolhimento; Acompanhantes; Redes de Urgência e Emergência
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar / Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde. 2001.
FERREIRA, A. B. de H.. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005, p. 214.
Brasil.Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização. Acolhimento com classificação de risco. Brasília, 2004. (Série Cartilhas da PNH).
Brasil.NEVES,C.A.B.;HECKERT,A.L.C..Micropolítica do Processo de Acolhimento em Saúde.Estudos e Pesquisas em Psicologia,UERJ,RJ,Ano 10,n.1,p 151-168.