Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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RODA DE CONVERSA COM CRIANÇAS DIABÉTICAS SOBRE O ENFRENTAMENTO DA VIDA PONTIAGUDA
Mônica de Fátima Ferreira Rocha, Viviane Peixoto dos Santos Pennafort, Amanda Newle Sousa Silva, Maria Veraci Oliveira Queiroz, Cleide Ferreira Damasceno, Sandra Vasconcelos Rodrigues Paz

Resumo


O diabetes mellitus é considerado doença crônica e quando ocorre na infância traz grandes repercussões no cotidiano familiar e no crescimento e desenvolvimento da criança. Objetivo: Compreender as repercussões do adoecimento e terapêutica no cotidiano de crianças com diabetes mellitus tipo 1. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo na abordagem qualitativa. A coleta das informações aconteceu em um serviço de referência secundária do SUS, especializado no tratamento de diabetes mellitus e hipertensão, localizado na cidade de Fortaleza-CE. O período de coleta foi de agosto a novembro de 2013. Participaram 20 crianças em idade escolar, com diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1 há no mínimo um mês, excluíram-se as crianças clinicamente instáveis no momento da coleta. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (UECE) com parecer nº 181.489 de 18 de dezembro de 2012. Para coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada com questões norteadoras e o desenho estória em grupo, com posterior análise do discurso do sujeito coletivo. Resultados e discussão: Para as crianças o fato de conviver com o diabetes representa uma rígida privação alimentar, como se observa no relato “nunca mais vou comer doces, isso é o mais difícil”.  Os discursos revelaram ainda, o preconceito e o estigma dos colegas da escola: “minhas amigas acham que vão pegar a doença e não brincam comigo”. No entanto, outras crianças enfatizaram que apesar do adoecimento é possível ter uma vida saudável: “continuo brincando normal, jogo bola todo dia”. Por meio dos desenhos destacaram os principais sintomas na hipoglicemia, como o cansaço e os tremores. Dentre os cuidados realizados no domicílio, desenharam o glicosímetro para verificação da glicemia, seringa com agulha na aplicação da insulina e os alimentos ingeridos, como verduras, frutas e pão integral. Quando têm alguma complicação, a figura da mãe foi lembrada como cuidadora principal. Conclusão: Essas crianças geralmente enfrentam um contexto de vida de isolamento social e adaptações diárias para o controle glicêmico, sendo imprescindível o apoio familiar e da equipe de saúde.

Palavras-chave


diabetes mellitus tipo1, adaptação, enfrentamento, criança.

Referências


BRASIL, Resolução 466 de 12 de dezembro de 2012. Dispõe sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Plenário do Conselho Nacional de Saúde. Brasília, DF, 12 de dez. de 2012.

GROSSI, S.A.A.; PASCALI, P.M. Cuidados de Enfermagem em Diabetes Mellitus.  Departamento de Enfermagem da Sociedade Brasileira de Diabetes. Itapevi, SP: A.C. Farmacêutica, 2011, 180p.