Tamanho da fonte:
VIVENCIANDO O PET-SAÚDE/ VIGILÂNCIA EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Caracterização do problema: O processo saúde-doença apresenta atualmente um conceito amplo e coletivo baseado em ações para além da cura e reabilitação, explorando a promoção, prevenção de doenças e agravos e vigilância em saúde. Diante dessa nova perspectiva, a formulação de propostas para a educação profissional em saúde deve considerar a dinâmica social e as demandas do sistema de saúde público brasileiro, além de reconhecer o estudante como protagonista em seu processo de formação. O perfil e as habilidades a serem desenvolvidas por estes estudantes estão descritos nas Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação em saúde, onde se determina que os egressos destes cursos sejam profissionais generalistas, críticos, reflexivos, capacitados a atuarem em todos os níveis de atenção à saúde, analisando os problemas da sociedade e procurando soluções para os mesmos e desenvolvendo ações que articulem o ensino, pesquisa e extensão/assistência. Neste sentido, iniciativas como o Programa de Educação para o Trabalho em Saúde – PET/Saúde Vigilância em Saúde vem contribuir para a formação de sujeitos mais envolvidos com a dinâmica e as necessidades de diversas ordens do SUS, uma vez que aproxima e insere os estudantes na realidade do trabalho em saúde. A partir dessa vivência espera-se que os alunos se familiarizem com os Sistemas de Informação em Saúde e obtenha uma visão mais ampla sobre as condições de saúde da população e a importância do conhecimento dos diversos problemas locais, que permitirá a oferta de uma atenção qualificada e voltada para a realidade de cada território. Descrição da experiência: Esta edição do PET-Saúde/Vigilância em Saúde tem ênfase em ações voltadas para a redução da Mortalidade Materna e Infantil e a eliminação da sífilis congênita no Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário. Atualmente conta com a participação de 3 tutores (docentes da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia), 4 preceptores (profissionais de saúde vinculados à Secretaria Municipal de Saúde de Salvador) e 17 estudantes de cursos de saúde da Universidade Federal da Bahia (Bacharelado Interdisciplinar em Saúde, Enfermagem, Farmácia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia e Saúde Coletiva). As atividades foram iniciadas em maio/2013 com a realização de tutoriais introdutórios sobre o trabalho no PET – Saúde/Vigilância em Saúde, revisão integrativa e Pesquisa-Ação. Em seguida, os grupos de prática foram formados e desde então os estudantes/preceptores/tutores vêm desenvolvendo ações junto aos serviços da Secretaria Municipal de Saúde para a elaboração de um diagnóstico situacional acerca das temáticas enfatizadas nesta edição do PET. Quinzenalmente há encontros de todos os grupos para acompanhamento das atividades e tutoriais temáticos referentes aos trabalhos desenvolvidos. Efeitos alcançados: O primeiro produto que vem sendo elaborado pelos estudantes é uma revisão bibliográfica integrativa, seguida de uma análise da situação da Mortalidade Infantil no Subúrbio Ferroviário a partir dos dados epidemiológicos obtidos nos Sistemas de Informação nos anos de 2008 a 2012. A realização dessas atividades vem destacando a importância de conhecer através dos indicadores os fatores determinantes e condicionantes do processo saúde-doença demonstrando a importância da prática da Vigilância em Saúde para o diagnóstico de saúde da população que servirá como suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. No desenvolvimento das atividades nos subgrupos e na inserção nos serviços da Secretaria Municipal de Saúde, compreendemos a necessidade e o valor do trabalho em equipe para realizar ações no âmbito da Vigilância em Saúde, uma vez que a multiplicidade de olhares sobre um mesmo objeto pode favorecer construções mais detalhadas e mais atentas às realidades locais. Quanto ao aprendizado, conhecemos a estratégia da Pesquisa-Ação, fizemos leituras acerca sobre a Mortalidade Infantil no Brasil e em outros países, que possibilitaram comparações em distintas realidades e também conhecemos e manuseamos Sistemas de Informação em Saúde, o que, até então, era algo pouco praticado em nossas graduações.