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A MÚSICA COMO INSTRUMENTO DE INTERAÇÃO ENTRE PALHAÇOS-DOUTORES E ADOLESCENTES ENFERMOS
Resumo
Caracterização do Problema: É comum observar sentimentos de tristeza, apatia e desânimo em crianças e adolescentes portadores de doenças graves, como o Câncer. Vários autores denotam a necessidade de humanização do atendimento em todas as faixas etárias, visando o alívio da dor e à capacidade de enfrentamento das dificuldades pelo paciente. Partindo-se deste princípio, a música mostra-se como um meio de linguagem estimulante e confortadora. Descrição da Experiência: Acadêmicos de medicina buscando fundamentação para aprofundar o elo existente entre palhaços Doutores da Alegria e crianças e adolescentes com câncer, inclinaram-se para a música como meio intervencionista para esta aproximação, visto sua ação como catalisadora de emoções profundas e como suporte à comunicação verbal e não verbal, reduzindo a tensão e a ansiedade ocasionadas por situações estressantes, como a hospitalização e a prática de procedimentos invasivos, além de contribuir para a redução da dor e melhora da qualidade do sono, sendo, assim, um valioso instrumento de distração. Dessa forma, questionava-se ao adolescente qual música ele gostaria de ouvir e, ao som do violão, o “Doutor da Alegria” tocava, cantava e seus companheiros dançavam a música escolhida. Simultaneamente, os palhaços dançarinos se encarregavam de convidar as crianças, os adolescentes e/ou os familiares a realizarem as mesmas atividades respeitando as limitações individuais de cada participante. Efeitos Alcançados: Houve uma melhora instantânea do humor, redução da ansiedade, indução à movimentação do corpo, satisfação do intelecto, sentimento de bem-estar, vivência de um senso de beleza e graça e promoção do conforto a todos que participavam das experiências. Através da música, observou-se que todos vivenciaram um momento lúdico no seu encontro com os palhaços e a música. Entretanto, esta estratégia conseguiu resgatar uma maior atenção dos adolescentes, que até então eram vistos como a faixa etária na qual os “Doutores da Alegria” encontravam maior dificuldade na abordagem. Recomendações: a intervenção musical proporciona um cuidado mais humanizado ao paciente, além de ser um recurso facilitador da comunicação. Como esperado, a música ofereceu aos adolescentes momentos de prazer que devem ser incorporados na terapêutica como estratégia interdisciplinar para a recuperação do paciente.