Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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A PERCEPÇÃO DO MATRICIAMENTO MÉDICO PEDIÁTRICO PELOS PROFISSIONAIS DA UBS SANTOS DUMONT – GUARULHOS
Layla Bomfim Faleiros, Karina Mitropoulos Ponteli, Natália Moraes Trombeta, Abrão Georges Restom

Resumo


Caracterização do problema: O matriciamento é um modelo assistencial da atenção básica que tem como objetivo a educação continuada para melhora do desempenho dos profissionais, em que duas ou mais equipes criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica, melhorando a resolubilidade dos casos. Nesse segundo semestre de 2013 realizamos o matriciamento médico pediátrico na UBS Santos Dumont – Guarulhos. Nossa faculdade tem como proposta pedagógica a valorização da atenção básica no processo de formação do médico, portanto segue os modelos assistenciais do Ministério da Saúde como matriciamento, de maneira que conseguimos ampliar o nosso conhecimento, bem como de todos os profissionais da unidade. Descrição da experiência: Nosso trabalho havia como objetivo o levantamento da opinião dos profissionais da UBS Santos Dumont – Guarulhos sobre o matriciamento médico pediátrico. Para tanto, realizamos a abordagem direta por meio de um questionário composto de 6 questões de múltipla escolha e 1 discursiva. Os participantes foram os seguintes profissionais: médico, agente comunitário, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e cargos administrativos. Todos aprovaram previamente a divulgação dos dados, além de estarem cientes do anonimato. Foram matriciados 20 casos, destes foram agendados 16 casos para consulta médica com a pediatra, dos agendados, 13 compareceram à consulta. Dentro dos casos matriciados, pudemos ver uma diversidade de patologias que estavam represadas na UBS por falta e erro de diagnóstico. Ainda foram definidas as hipóteses diagnósticas, com assistência da médica pediatra preceptora da UNICID, as consultas foram agendadas e, posteriormente, todos os alunos participaram ativamente das consultas, tendo auxílio da professora. Efeitos alcançados: Analisamos os pontos de vista de cada questionário, sendo assim, destacamos opiniões tanto positivas quanto negativas. Dentre as positivas, podemos dizer que o matriciamento médico pediátrico apresentou um impacto positivo em nossa construção de conhecimento acadêmico. Também mostrou ser resolutivo no nível de atenção básica, otimizando os atendimentos pediátricos, além dos encaminhamentos corretos. Porém, infelizmente, a dinâmica da atividade mostrou a falta de adesão em relação à agenda da equipe administrativa da Unidade para elaborar um planejamento em conjunto com a Universidade, o que resultou na falta de participação dos médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem no matriciamento. Assim, realizou-se a triagem dos pacientes, na maioria dos casos, pelas agentes comunitárias. Por fim, acreditamos que a reclamação em relação à desorganização está diretamente relacionada com a área física disponibilizada para nosso atendimento, que foi inadequada para as consultas. Recomendações: Após analisarmos os dados coletados pela entrevista, apontamos a necessidade de uma maior inter-relação entre nós da Universidade e a gestão da UBS Santos Dumond-Guarulhos, de modo que a agenda de outros profissionais se tornasse mais flexível. Assim, eles poderiam nos acompanhar, o que traria grande melhora na qualidade do matriciamento. Outra ação fundamental para o sucesso do matriciamento é o fornecimento de espaço físico para a realização das consultas. Acreditamos que a experiência que nós tivemos foi muito enriquecedora, pois pudemos ver a percepção dos profissionais, criando possibilidades de intervenção.

Palavras-chave


matriciamento; pediatria; matriciamento médico; matriciamento médico pediátrico

Referências


1.CAMPOS, G.W.S. e GUERRERO, A.V.P. (orgs.) Manual de práticas de atenção básica: saúde ampliada e compartilhada. São Paulo: Hucitec, 2008.

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3.CAMPOS, G.W.S. Apoio Matricial e Equipe de Referência: uma metodologia para a gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. Cad. Saúde Pública. RJ. 23(2): 399-407, fev. 2007.

4.ALBUQUERQUE, A. B.; DEVEzA, M. Adesão ao tratamento na prática do médico de família e comunidade e na atenção primária a saúde In: PROGRAMA de atualização em medicina de família e comunidade: Promef. Porto Alegre: Artmed, 2009. v. 3, p. 41-71