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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (PEPACS): UMA EXPERIÊNCIA A COMPARTILHAR
Resumo
Caracterização do Problema: O Programa de Educação Permanente dos Agentes Comunitários de Saúde (PEPACS) surgiu a partir de uma iniciativa de alunos do curso de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em conjunto com o Distrito Sanitário Glória, Cruzeiro e Cristal (DGCC), da Secretaria Municipal de Porto Alegre, RS. Este Programa teve como objetivo apoiar o processo de Educação Permanente dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), através da problematização oriunda de suas práticas de trabalho. Descrição da Experiência: A experiência baseou-se na perspectiva dialógica de construção coletiva do conhecimento. O primeiro encontro teve como objetivo a apresentação do projeto e traçar o perfil dos Agentes para elaboração de uma estratégia de inclusão. Depois foi realizado o reconhecimento territorial, através de visitas às unidades de saúde, com rodas de conversas para melhor compreender as demandas e necessidades dos ACS, obtendo assim as palavras geradoras de Paulo Freire. Estas foram utilizadas para a definição das temáticas que mais despertavam interesse para os ACS debaterem/aprenderem sobre o próprio trabalho em saúde. Posteriormente, foram realizados três encontros para discussão e reflexão das temáticas e suas práticas. Efeitos Alcançados: Participaram do PEPACS 80 ACS, ficando evidenciado, a partir de suas falas, a sua insatisfação em relação à ausência de uma organização representativa sindical, como também a carência de espaços de discussão nas unidades e equipes de saúde que atuam, gerando um sentimento de desvalorização do trabalho. O esforço empreendido pelos ACS no seu cotidiano também foram referidos como sendo questões que os incomodam. Na avaliação do Programa os ACS solicitaram a continuidade e a inclusão dos demais trabalhadores da equipe de saúde no PEPACS. A realização do PEPACS aponta para alguns resultados que merecem destaque: 1) a necessidade de abertura e/ou fortalecimento de canais de comunicação entre os serviços de saúde e a Universidade, uma vez que esta trabalha com o objetivo de formar e qualificar trabalhadores; 2) a necessidade de fortalecer o reconhecimento e a importância dos ACS no âmbito da comunidade; 3) a importância do envolvimento dos gestores na condução de programas semelhantes, já que algumas das discussões e decisões tomadas durante o PEPACS influirão diretamente na organização dos serviços de saúde.
Palavras-chave
Educação Permanente; Agentes Comunitários de Saúde;
Referências
1. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004. 54 p.
2. BESEN, Candice Boppré et al. A estratégia saúde da família como objeto de educação em saúde. Saude soc. [online]. 2007, vol.16, n.1, pp. 57-68.
3. BRASIL. Portaria nº 198/GM, de 13 de fevereiro de 2004. Institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor e da outras providências . Brasília, 2004.