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Introdução: A constituição do campo de avaliação de serviços e programas caracterizou-se pelo uso de pressupostos típicos do rigor positivista, cuja influência se mostra ainda presente ao privilegiarem dados quantitativos (LOBO, 1998, apud UCHIMURA e BOSI, 2002). Entretanto, atualmente, já se reconhece a importância da subjetividade inerente a qualquer avaliação, mesmo de um serviço ou programa em especial (DESLANDES, 1997). Para diversos autores (PINTO, 1986; ACURCIO et al., 1991; UCHIMURA e BOSI, 2002), não há uma pergunta-chave ou um caminho metodológico padrão por trás de toda a avaliação de programas sociais, pois não existe uma verdade única na esfera dos fenômenos sociais. Dependendo do postulado teórico assumido, encaminhar-se-á em uma ou outra direção e se selecionarão algumas dimensões para análise, em detrimento de outras. O que tornará científica uma avaliação não é a descoberta de uma única verdade, e sim, o esforço para verificar observações e validar o seu significado ou seus diferentes significados. A rede de Atenção Primária em Saúde, após ampla expansão dos últimos anos, apresenta como um dos principais desafios a sua qualificação (FACCHINI et al., 2008). Neste contexto, as percepções dos atores sociais pode ser de extrema relevância, uma vez que sua experiência inerentes à vivência junto aos programas podem auxiliar na identificação dos entraves ao bom funcionamento de políticas públicas. Objetivos: Avaliar o conhecimento dos Agentes Comunitários de Saúde de Equipes de Saúde da Família – ESF, sobre a Estratégia Nacional para Alimentação Complementar Saudável – ENPACS, bem como entender de que forma as ações de alimentação e nutrição infantil são desenvolvidas e avaliadas por estes profissionais. Método: O estudo, uma investigação avaliativa com abordagem qualitativa, foi realizado no município de Viçosa, MG. Foram convidados a participar do estudo um representante dos ACS de cada unidade de ESF, totalizando 7 participantes. A coleta de dados se deu por meio da realização de um grupo focal. Resultados: Foram encontradas três categorias empíricas: organização e gestão das ações de saúde infantil, concepção sobre a ESF, organização e gestão do trabalho na ESF. Após 4 anos da implantação da ENPACS no município, os participantes desconhecem totalmente esta estratégia; o sucateamento dos serviços públicos; a desvalorização profissional e a influência do modelo biomédico determinam a insuficiência das ações de saúde  local. Conclusão: A avaliação evidencia a interdependência entre o investimento dos gestores de saúde do município, a transformação das práticas cotidianas e a motivação dos ACS, o que influencia diretamente a qualificação do trabalho da ESF no que tange à saúde infantil, ainda muito aquém das demandas da população.

Avaliação de programas; saúde infantil; Atenção Primária em Saúde