Rede Unida, 11º Congresso Internacional da Rede Unida


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CIRANDAS DE SABERES - ENCONTRO ENTRE FORMAÇÃO E SABEDORIA POPULAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO ASSENTAMENTO CAJUEIRO PARNAÍBA PI
Antonio Ciro Neves do Nascimento, Anikelly Maria do Nascimento Sousa, Assislene Melo Leitão, Cybelle Carvalho Lima, Eduardo Araújo Brito Sobrinho, Elber Belisário Rodrigues do Vale, Fábio da Costa Oliveira, Gessiane Kelly de Oliveira da Silva, Isabel da Silva Rodrigues, Jade Ariel da Silva, João Rodrigo de Moura Carvalho, Joélia Oliveira dos Santos, Karem Karolini Torres Lima, Karlene Maria da Rocha Freitas, Olivia Pires e Silva, Tássya Bruna Galvão Araújo, Vilkiane Natércia Malherme Barbosa, Ana Ester Maria Melo Moreira

Resumo


O presente trabalho intenciona apresentar o projeto de extensão “Cirandas de Saberes” que desenvolve atividades em campo da saúde coletiva, com ênfase nas atividades de ensino, pesquisa e extensão no assentamento Cajueiro, na zona rural do município de Parnaíba-PI. O projeto está dividido em três dimensões: resgate da história de luta e resistência da comunidade; direito à saúde; formação política, buscando aproximar a academia junto à comunidade. Especificamente, o trabalho objetiva apresentar a dimensão direito à saúde que, através de um diagnóstico de saúde da comunidade e o fortalecimento da participação popular no campo da saúde, aborda as ênfases epidemiologia, histórico cultural e saúde mental comunitária. O trabalho parte das experiências dos acadêmicos do curso de Psicologia participantes do Núcleo de Estudo e Saúde Pública da UFPI, do grupo de estudo marxista e ainda da liderança comunitária do assentamento. Durante as visitas in lócus, utilizou-se como metodologia a pesquisa participante e a pesquisa-ação, as quais pressupõem uma implicação do investigador no contexto onde ele se insere a partir de seu envolvimento social e político, tendo como objeto da pesquisa a comunidade e sujeitos engajados no seu movimento social. Com o instrumento de pesquisa construído pelos pesquisadores e comunidade, adentrou-se no campo no processo para operacionalização das atividades de inserção comunitária. A proposta emergiu de um encontro entre a etnografia, pesquisa participante e epidemiologia social. O processo de coleta de dados emergiu a necessidade de construção das categorias teóricas utilizadas, buscando reconstruir articulação teórico prática da temática saúde mental e uso de álcool, crack e outras drogas. Houve a reconstrução do instrumento de coleta através do dialogo com representantes do assentamento MST, com linguagem menos técnica e científica, facilitando o diálogo e ficando mais próximo ao campo de sentido dos entrevistados. O processo de construção do diagnóstico de saúde da comunidade tem potencializado o dialogo com a comunidade como fomentando processos de reflexão e problematização da luta pelo direito a saúde como também aprofundando os processos de práticas de populares de cuidado como rezadeiras e hortas comunitárias. Considera-se que tal experiência possibilita maior conhecimento dos processos de trabalho que a dimensão saúde coletiva que promove junto à comunidade, buscando dialogar esses entre saber popular e saber científico.

Palavras-chave


Psicologia; Direito a Saúde; Assentamento; MST;

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